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Mães destacam importância da Ucin para o tratamento dos filhos

Publicada em 27/11/2015 às 16h

Diego mais que dobrou de peso e cresceu 20 centímetros. O carinho da mãe ajuda Diego mais que dobrou de peso e cresceu 20 centímetros. O carinho da mãe ajuda

Henrique nasceu no dia 7 de novembro. Primeiro filho de Valterlânia Barbosa, ele ainda não foi para casa, pois precisou de cuidados especiais depois do nascimento. Por isso, logo após o parto, ele foi encaminhado para a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), do Hospital Alberto Urquiza Wanderley. Assim como Henrique, outros bebezinhos que precisam de cuidados após o nascimento, mas não necessitam estar em uma UTI, recebem cuidados de uma equipe multiprofissional capacitada, que dá atenção, tratamento e carinho 24 horas.

"O tratamento que dão ao meu filho aqui é excelente. Toda a equipe é muito atenciosa com todas as crianças, eles estão sempre nos estimulando a ter o contato mãe e bebê. Nos ensinam até a trocar fraldas, pois eles são pequenininhos, muito menores do que os bebês que eu estava acostumada a ver na minha família", disse Valterlânia Barbosa de Sá.

No entanto, o mais emocionante para ela é poder amamentar o filho com o seu próprio leite. "Há o estímulo para colocarmos no colo, dar a comida. Meu filho tirou a sonda sozinho, então me estimularam a dar de mamar e ele fez uma pega excelente. Esse momento único e íntimo entre meu filho e eu é maravilhoso. Ele me passa forças e eu sei que eu estou ajudando ele a melhorar", disse.

Ela lembra que depois que passou a colocar o filho no colo sentiu sua melhora. "É maravilhoso ter ele perto de mim e poder dar os cuidados necessários. É uma luta a cada dia. Quando ele sair do hospital será um novo nascimento. Um nascimento dele para toda a família. Eu não esperava ir para casa e deixar meu filho em um hospital, eu queria ir para casa com ele, mas saber que ele está sendo bem cuidado é tranquilizador", disse.

Diego tem apenas 81 dias e uma história de luta pela vida. Ele nasceu com apenas 1,1 kg e 34 cm, de uma gestação de 26 semanas. Graciele Silveira havia perdido todo o liquido amniótico e, com sua experiência de mãe (ela já tinha Davi de 2 anos e 8 meses) e de enfermeira, sabia que havia chegado a hora, sabia que após nascer ele precisaria de cuidados.

A batalha - como ela chama a luta do filho pela sobrevivência - começou na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, foram 70 dias entubado. Mas, quando chegou a notícia de que ele seria transferido para a Ucin, foi a certeza que a primeira vitória estava vencida. "Foi quando eu percebi que meu filho estava mais perto de ir para casa. Aqui na Ucin eu o coloco no colo, amamento, temos esse contato necessário entre mãe e filho", disse Graciele.

Graciele destaca da importância de poder contar com um médico durante 24 horas, mas também diz o quanto a humanização no atendimento é importante. "Todos nos acolhem muito bem. A equipe tem todo o cuidado e carinho com o bebê. Não é só questão profissional, eles também têm ligação de afeto com nossos filhos", lembrou.

Hoje Diego já tem 2,560 kg e 44,5 cm. "Como você cresceu meu amor. Mamãe estava com muita saudade. Como você está lindo meu amor", dizia Graciele ao pegar o filho no colo durante a visita.

"Ele é lindo, não é? Só é pequenininho, mas meu filho é lindo", repetia Surama Sobreira, olhando Pedro, nascido no dia 7 de novembro. Com todo o amor de uma mãe, ela conta que cada avanço é comemorado como a maior das vitórias. Ao nascer Pedro foi para a UTI, mas oito dias depois foi transferido para a Ucin. "Para a mãe de um prematuro que estava entubado, receber a notícia que mudou o tipo de respirador, para um menos invasivo, já é uma alegria. A gente sempre quer evolução. Cada noticia é uma verdadeira alegria. Ser mãe de prematuro é uma experiência de fé e de força", disse.

Assim com as mães de Henrique e de Diego, a mãe de Pedro também tinha planos de sair do hospital direito para casa, com seu filho no colo. "Foi um choque quando descobri que teria que fazer o parto ás pressas. Fui fazer um exame e saí da clínica direito para o hospital, as coisas ainda não estavam prontas, Alí foi meu primeiro choque. Ainda me emociono. Mas ir para casa e deixar meu filho em uma UTI foi a notícia mais dolorosa da minha vida", disse.

Ela disse que foi uma grande vitória saber que ele iria para a Ucin. "Só em saber que ele está em uma sala onde ele esta bem, com oscilações mínimas, me deixou bem mais contente. Quando soube que era uma equipe diferenciada, soube que poderia ir para casa sabendo que ali tem médicos e enfermeiros 24 horas cuidando do bebê, já de dá pelo menos a opção de poder domir", disse.

A UCIN

A Ucin começou a funcionar no dia 3 de novembro. O serviço recebe bebês que precisam de um suporte ventilatório não invasivo e antes ficavam na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI). Por isso, com a abertura, a unidade neonatal ficou com mais leitos disponíveis. Além disso, em caso de ausência de vagas nessa UTIl, a Ucin também poderá receber os bebês.

Essa unidade também admite crianças que saíram da UTI, mas que continuam precisam de alguns cuidados. São seis leitos, equipamentos de ponta e uma equipe multiprofissional especializada. "Temos médicos pediatras, neonatologistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Uma equipe capacitada e dedicada", disse a coordenadora da Ucin, Tamara Borba.

A coordenadora disse ainda que a unidade trabalha com a humanização do atendimento, mas com muita segurança para a saúde do paciente. "Na Ucin a mãe consegue ficar muito mais tempo com o filho, consegue dar colo, comida e essas experiências fazem muito bem para o bebê e para a mãe", ressaltou.