Uma das principais preocupações de consultas urológicas, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os tipos de cânceres no homem, perdendo apenas para o de pele. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, 1 a cada 6 homens acima de 45 anos podem desenvolver este câncer e até o fim de 2014, a projeção é que 12 mil morrerão vítimas da doença, em função da descoberta em estágio avançado.

Nos últimos 25 anos, o diagnóstico da doença viveu uma verdadeira revolução, segundo o urologista Jarques Lúcio, médico cooperado da Unimed João Pessoa. Segundo ele, devido à descoberta do ‘antígico prostático' ou PSA. "Normalmente, o PSA em homens acima de 50 anos sem doença urológica deve estar abaixo de 4,0ng/ml. Já naqueles com menos de 50 anos, é considerado normal um PSA abaixo de 2,5 ng/ml", explicou.

Mas, segundo o médico, a melhor forma de se detectar o câncer de próstata é através da combinação entre toque retal e PSA, os dois procedimentos juntos tem uma baixa taxa de falha, sendo menor que 5%. O problema é que o preconceito é um grande empecilho para diagnóstico precoce da doença. Segundo o médico, o preconceito com exame de toque retal, muito forte no Brasil, é mais acentuado ainda na Paraíba, onde o câncer de próstata lidera o ranking de mortalidade nos homens. "É tanto que apenas 32% dos homens brasileiros já declararam ter feito o exame. E ainda pior: quase 50% dos brasileiros nunca fora ao utologista", enfatiza.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda realizar o rastreamento pelo PSA para câncer de próstata, quando existe fator de risco, como história familiar, a partir dos 45 anos para diagnosticar precocemente o tumor. Também é a partir desta idade que homens negros devem fazer o exame, pois apresentam maior propensão a esse tipo de tumor em comparação à população branca.

Para homens até 75 anos e com perspectiva de vida longa, sugere-se que esse exame seja feito anualmente, juntamente com a visita do urologista.

A adoção de hábitos saudáveis é uma forma de se prevenir das doenças de uma forma geral, incluindo o câncer de próstata. São eles: comer adequadamente, controlar o peso, beber com moderação, limitar o uso de açúcar e sal, não fumar e praticar exercícios físicos. "Em geral recomenda-se uma dieta com baixos níveis de gordura animal, rica em fibras, frutas, vegetais e grãos. Em síntese, uma vida saudável continua sendo a melhor forma de nos prevenirmos contra esta doença tão prevalente na sociedade", finalizou.

O urologista Jarques Lúcio escreveu um artigo para a Coluna Unimed Saúde com o título: "O que mais mata o homem: o câncer ou o preconceito?", publicada no último domingo (23), nos jornais Correio da Paraíba e Jornal da Paraíba. O artigo está disponível na seção Consultório Médico (clique aqui para acessar).