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Som alto e prolongado do fone de ouvido podem trazer danos à audição

Publicada em 16/11/2017 às 07h

Érika de Lisieux usa o fone de ouvido em várias ocasiões do dia: companheiro de todas as horas Érika de Lisieux usa o fone de ouvido em várias ocasiões do dia: companheiro de todas as horas

Não é difícil encontrar pessoas usando fones de ouvido nas mais diferentes situações do dia a dia. Seja no lazer, estudo ou trabalho, é bom saber que o uso incorreto deste acessório pode prejudicar a audição.

Esses aparelhos têm a capacidade de transmitir níveis altos de vibrações sonoras, fazendo com que os usuários corram grande risco de exposição a níveis excessivos de decibéis (dB). Por isso, todo cuidado é pouco, alertam os especialistas.

De acordo com a otorrinolaringologista Camilla Cruz, médica cooperada da Unimed João Pessoa, o volume tem de ser menor do que 80 decibéis, caso contrário podem surgir danos irreversíveis.

A otorrinolaringologista explica que quanto maior o tempo de uso do fone de ouvido, maior o risco do usuário ter prejuízos na capacidade de ouvir. O som muito alto também pode causar perda gradativa ou mesmo súbita da audição. Apesar de rara, a perda repentina existe e não deve ser descartada.

SINAIS DE ALERTA

Com o tempo, o uso contínuo dos fones de ouvido com músicas ou podcasts podem prejudicarUns dos sinais de alerta de que algo está prejudicando a saúde do ouvido são zumbidos, dor ou redução na captação do som. Nestes casos, um profissional deve ser logo consultado.

O tempo aceitável para o uso do fones de ouvido varia de pessoa para pessoa. “Se alguém tem predisposição genética, o risco de ter prejuízo na audição é maior”, lembra Camilla e acrescenta que “anualmente a população deve fazer uma visita ao otorrino e realizar o exame de audiometria”.

De acordo com o Ministério da Saúde, não há tratamento medicamentoso nos casos de perda de audição. Em graus graves, a prótese auditiva é o mais recomendado. A partir dos 55 anos de idade, entre 20% e 25% da população brasileira pode apresentar um grau significativo de perda auditiva. Entre 75 e 84 anos, esse número pode aumentar para mais de 40%.

COMPANHIA PARA O DIA

Para a bacharel em direito e atendente digital Érika de Lisieux Alves de Santana, 28 anos, o fone de ouvido já se tornou uma espécie de “companheiro” em várias ocasiões. O acessório é usado no trabalho, durante os estudos e até na hora de se exercitar.

Apesar de evitar usar o volume muito alto, em ambientes com muito ruído, ela confessa que comete alguns deslizes. "Não respeito o alerta do celular com relação ao volume, pois em locais barulhentos o som não é satisfatório”, afirmou.

CUIDADO DIÁRIO

Alternar entre os fones externos e o fone intra-auricular, usado dentro do ouvido, é uma opçãoPara adequar-se ao ambiente em que está, Érika alterna entre os fones externos e o intra-auricular, aqueles pequenos usados dentro do ouvido.

“Uso os grandões em atividades como os estudos e academia. Porém, nem todo lugar é viável esse tipo de fone como, por exemplo, na rua”, disse a atendente.

Érika de Lisieux contou, ainda, que usa o fone de ouvido durante uma média de 5 horas. “Mas já cheguei a usar 8 horas fracionadas por dia, nas videoaulas, para estudar”, confessou. Mas esta prática não é uma rotina na vida da estudante.

Para evitar problemas no futuro, é bom ficar atento ao som muito alto. A dica é usar os fones de ouvido ou outros aparelhos com moderação e com o volume dentro do recomendável.