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Sol: benefícios ou danos

Publicada em 16/12/2016 às 18h

O sol é um importante aliado da saúde e bem-estar, atuando tanto em nível físico quanto psíquico. Na parte física, por exemplo, a produção de vitamina D - que é fundamental para a saúde óssea, evitando a desmineralização, osteoporose e fraturas - é estimulada pela exposição solar. Quando em níveis altos, essa vitamina também atua fortalecendo o sistema imunológico, melhorando a resposta a infecções.

Em níveis psíquicos, o sol pode aumentar o bem-estar e relaxamento, além de ter papel na redução do risco de depressão, uma vez que está envolvido no estímulo à produção de serotonina. Acrescenta-se a isso o fato de que a luz solar recebida durante o dia estimula a produção de melatonina à noite, hormônio que confere melhor qualidade ao sono.

Embora traga benefícios ao funcionamento orgânico, a radiação solar está relacionada à insolação, envelhecimento cutâneo e desenvolvimento de câncer de pele. Seus efeitos agudos incluem queimaduras e bronzeamento. Já os crônicos são acumulativos e evidenciados ao longo dos anos, principalmente a partir da quinta década de vida.

O sol, na medida em que estimula a degradação do colágeno dérmico, determina diminuição da espessura da pele e aumento da sua fragilidade. Por outro lado, é indutor de alterações celulares que podem culminar com o surgimento de neoplasias cutâneas. O carcinoma basocelular, que ocorre mais comumente em áreas de pele exposta e fotodanificada, é o tipo de câncer mais prevalente no mundo.

Avaliando-se prós e contras, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda proteção solar. As medidas para se proteger do sol são bastante simples, mas requerem disciplina. São elas: evitar exposição solar direta entre as 9h e 16h; usar bloqueadores solares de FPS igual ou superior a 30. A reaplicação do protetor solar a cada 3 horas não deve ser negligenciada. Porém, durante atividades ao ar livre essa periodicidade deve ser a cada hora.

A dose de radiação solar recebida pelos indivíduos de forma não intencional, na maioria dos casos, já é suficiente para determinar produção de vitamina D, tendo em vista vivermos em um país tropical e com altos índices de radiação ultravioleta. Porém, ainda assim, se baixos níveis de vitamina D forem detectados no sangue, recomenda-se reposição oral.

Portanto, embora o sol seja fonte de vida para o planeta como um todo, seus efeitos na pele podem ser deletérios, principalmente em longo prazo. Tais recomendações não implicam em privar-se de atividades esportivas ou de lazer ao ar livre, menos ainda em desenvolver reclusão durante o dia ou heliofobia (aversão patológica à luz). Bom senso e cautela devem ser vigentes, lembrando que a prevenção de danos sempre será o melhor remédio.

Cândida Rachel de Lucena Santos

Cândida Rachel de Lucena Santos

CRM-PB: 7047

Especialidade: Dermatologia

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