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Prevenção: uma reflexão atual

Publicada em 20/02/2011 às 15h09

Por que tem se falado tanto em Medicina Preventiva? Procurar o médico mesmo sem estar doente?

Há algumas décadas, o número de idosos era bem inferior ao observado hoje e as doenças crônicas como artrose ou Alzheimer eram raras. Graças aos avanços médicos e à melhoria das condições socioeconômicas da população, as pessoas vivem mais e têm mais chance de apresentarem uma doença degenerativa.

Então, o que buscamos? Uma longevidade mais saudável possível. Como? Há fatores hereditários que propiciam o desenvolvimento de determinadas doenças, mas existem também muitos fatores ambientais que prejudicam a saúde e poderiam ser evitados. Chamamos estilo de vida saudável quando adotamos práticas saudáveis no decorrer da nossa vida. Se assimilarmos tais práticas como rotineiras, estaremos tornando tais hábitos mais prazerosos, não dependentes apenas das orientações dos profissionais de saúde.

E o papel das consultas médicas periódicas? Recentes trabalhos científicos mostram que já é possível estabelecer um mapa de acompanhamento do estado de saúde dos pacientes de acordo com a idade. Dados epidemiológicos demonstram que o rastreio de uma doença na sua faixa etária de maior risco de surgimento pode diagnosticar mais precoce o problema, evitando maiores danos.

A importância em se manter saudável durante toda a vida é uma preocupação de várias esferas do conhecimento. A pessoa idosa com menor número de problemas de saúde é mais ativa, feliz, participativa; tende a continuar exercendo papel produtivo na sociedade, traz menos ônus aos serviços de saúde. Existe hoje uma grande preocupação com os gastos na saúde com o crescente aumento na incidência de doenças crônico-degenerativas. Investir em prevenção tem se tornado o alvo de quase todo Sistema de Saúde. Evitar complicações, mortes e internações hospitalares ganha mais significados, além das perdas e consequências que atingem o paciente e sua família. Investir no "paciente saudável" se torna um importante pensamento comum. Manter o idoso independente e autônomo ultrapassa o interesse da geriatria e atinge outros profissionais que lidam com prevenção em adultos jovens e idosos.

Já se constatou que o idoso necessita de mais cuidados, portanto, um atendimento diferenciado e um acompanhamento constante, com especial atenção a tudo que surge como diferente de seus hábitos diários. Todos nós temos um papel decisivo no autocuidado e no cuidar para que se obtenha uma população mais longeva e mais saudável.

 

Eveline Emília de Barros Dantas

Eveline Emília de Barros Dantas

CRM-PB: 5153

Especialidade: Geriatra e clínica

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