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A gripe e a vacina

Publicada em 28/04/2013 às 07h

Tosse muito persistente, febre altíssima, dores musculares, fastio intenso e cama. O adulto vai mandar o atestado para o trabalho e a criança não vai à escola (nem deve, vai aumentar a cadeia de transmissibilidade). Quem faz esse estrago todo é o vírus Influenza, único responsável pela gripe, também conhecida como Influenza.

Se ficasse por aí estava muito bem. Ocorre que o Influenza tem a imensa capacidade de reduzir a resistência orgânica do paciente. Mais: produz secreções e necrose celular, criando um ambiente favorável à proliferação das bactérias. Os três fatores se unem e escancaram a porta para as infecções bacterianas. A mais frequente é a sinusite e a mais grave, a pneumonia, que vai alimentar as estatísticas de mortalidade nos meses chuvosos de maio, junho e julho.

A criança e o idoso, por mecanismos diferentes, já possuem seu sistema de defesa fragilizado. Os vírus chegam mais fáceis e as bactérias, com mais força. Redundante acrescentar, da absoluta necessidade das campanhas anuais de vacinação dirigidas a esses dois segmentos etários.

O desenvolvimento da vacina foi montado na evidência epidemiológica de que três cepas do Influenza devem transitar pelo Brasil esse ano: o A H1N1 (gripe suìna), o A H2N3, e o influenza B. A plenitude de sua ação ocorre 10 a 15 dias após a aplicação e as dúvidas em relação à sua eficácia, devem ser debitadas na conta do resfriado comum, com 200 vírus diferentes produzindo sintomas semelhantes aos da gripe (bem mais intensos). Os vacinados que adquirem aquela virose mais light, acreditam que não foram devidamente imunizados.

Atenção redobradíssima para os portadores de insuficiência renal crônica, asmáticos, enfisematosos, diabéticos, doentes cardíacos. Todos eles, independentemente da idade, inseridos nas metas da Campanha Nacional de Vacinação. É que o vírus Influenza gosta de mandar esse pessoal visitar a cama do hospital, o leito da UTI, as estatísticas de mortalidade do Ministério da Saúde.

 

Sebastião de Oliveira Costa

Sebastião de Oliveira Costa

CRM-PB: 1630

Especialidade: Pneumologia e Alergologia. Dr. Sebastião é presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba e membro da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira

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