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O vírus da gripe

Publicada em 26/04/2009 às 00h

Atende pelo nome de Influenza, mas pode ser chamado de camaleão de tanto se "transformar". Muda de cara todo ano para se proteger dos inimigos, que vêm a ser os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico das pessoas que desenvolveram a virose e as que receberam o vírus vacinal.

O Influenza sofre mutações sucessivas que lhe concedem uma nova blindagem, e as armas utilizadas pelos anticorpos em um determinado ano já não são mais adequadas para combatê-lo no ano seguinte. Por isso, é tão importante tomar a vacina em épocas críticas, haja vista a possibilidade de se contrair a virose frequentemente.

É importante nunca confundir o resfriado comum (tosse, dor de garganta, coriza, febrícula) e a rinite alérgica (ausência de febre) com a gripe. O Influenza pega pesado: cinco dias de febre altíssima, tosse, sintomas nasais, anorexia, dores musculares. A gravidade desses sintomas torna muito comuns os atestados médicos e a ausência no colégio.

Vale ressaltar ainda que cada "transformação" torna o vírus mais agressivo. Os sintomas ficam mais intensos e as complicações, mais frequentes. No intervalo de dez a quinze anos, ele costuma provocar uma epidemia mundial.

Nos anos de 1918 e 1919, época em que o vírus atingiu seu ápice de agressividade, vinte milhões de pessoas foram vitimadas em todo o mundo. Aqui no Brasil, foram cem mil as vítimas fatais dessa pandemia.

Atenção especial para os asmáticos, os portadores de DPOC, os nefropatas, os diabéticos e, principalmente, os doentes cardíacos. Esse pessoal, quando mais descuidado, costuma engrossar as estatísticas de mortalidade por gripe nessa época do ano.

Independentemente da idade, a aplicação da vacina antigripal nesse grupo de pacientes torna-se absolutamente indispensável.
Sebastião Lacerda

Sebastião Lacerda

CRM-PB: 6896

Especialidade: Médico Nuclear

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