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Duplicidade ureteral na criança

Publicada em 01/04/2016 às 18h

A duplicidade ureteral na criança é uma anomalia frequente do aparelho urinário, muitas vezes descoberta incidentalmente após uma ultrassonografia abdominal, entretanto sem causar nenhum problema na maioria dos casos. Incide em 0,8% da população, de caráter familiar, sendo mais comum no sexo feminino. Pode ser incompleta, quando os ureteres se unem antes da bexiga; e completa, quando os ureteres drenam a urina separadamente na bexiga ou o ureter do polo superior desemboca fora da mesma, ocasionando em alguns casos perda involuntária de urina na menina.

A bilateralidade encontra-se em 40% dos pacientes. Ressaltamos que 90% dos casos não ocasionam nenhuma complicação e não necessitam de tratamento, porém em 10% surgem problemas, especialmente na duplicidade completa, que têm quer ser reconhecidos e tratados precocemente. A maioria pode ser diagnosticada por ultrassonografia na gravidez.

As complicações mais comuns na duplicidade completa são:

a) ureterocele: dilatação cística do ureter intravesical com obstrução, correspondente ao polo superior renal, com acúmulo de urina podendo obstruir também a saída da bexiga. Ocasiona ureterohidronefrose e infecção do trato urinário (ITU);

b) refluxo da urina da bexiga para o polo inferior do rim causando também infecção urinária;

c) ectopia do ureter superior desembocando na uretra, ao lado do hímen ou na vagina na menina, e nos meninos na uretra posterior e até no ducto ejaculatório determinando orquite de repetição. Em suma, é uma anomalia que, nos casos complicados, o diagnóstico é usualmente feito, sem muitas dificuldades, com exames específicos logo ao nascer, proporcionando excelentes resultados terapêuticos quando necessitam de cirurgia.

Wilberto Silva Trigueiro

Wilberto Silva Trigueiro

CRM-PB: 871

Especialidade: Cirurgião pediátrico

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