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Sexualidade feminina

Publicada em 08/12/2017 às 18h

Antes apenas sinônimo de reprodução, o sexo passou a estar presente na vida da mulher tanto pelo prazer como um dos indicadores para a qualidade de vida. É um assunto que interessa a todos, mas ainda com muito tabu e preconceito.

 

Inicialmente, devemos diferenciar e conceituar sexo e sexualidade. Sexo vem do latim 'secare' e define-se a partir da conformação física, celular, orgânica e particular, que permite distinguir o homem e a mulher, atribuindo-lhes um papel específico na reprodução. A sexualidade, por sua vez, é mais do que genitalidade, e refere-se ao conjunto de manifestações orgânicas, afetivas, desejos e fantasias ligadas ao exercício das funções sexuais.

 

A sexualidade deve ser avaliada sob três aspectos ou critérios fundamentais: biológico, sociocultural e psicológico. É cerne que toda pessoa nasce com capacidade de reagir a um estímulo erótico, emitindo comportamentos encobertos (desejo) e manifestos (excitação e orgasmo). Quando essa capacidade responsiva está íntegra, considera-se que o indivíduo é biologicamente funcional ou “normal” e se essa cadeia de reações fisiológicas está bloqueada, em qualquer um dos seus elos, diz-se que o indivíduo é disfuncional.

 

Do ponto de vista sociológico, sexo “normal” é aquele praticado pela maioria dos indivíduos que compõem um grupo social. Tudo que foge à regra sociocultural é denominado desvio ou parafilia (exemplo: pedofilia). Já do ponto de vista psicológico, sexo “normal” é aquele assim considerado na visão particular de cada um, importando apenas a satisfação sexual de cada indivíduo estando eles quando satisfeitos, adequados ou não.

 

As mulheres que apresentam alguma disfunção sexual devem, e podem, contar com médicos, sexólogos e psicólogos.

 

A queixa mais frequente com relação à sexualidade nos consultórios é a da falta de prazer nas mulheres jovens e a diminuição do desejo nas mulheres mais velhas. Viver o sexo como um momento lúdico e explorar o corpo é a orientação básica para uma vida sexual satisfatória. Ninguém melhor do que a própria mulher para dizer e mostrar ao parceiro(a) o que lhe agrada.

 

O sexo pode ser aprendido ao longo da vida. A evolução sexual das mulheres não terminou. É sempre tempo de reaprender, questionar, apreciar, partilhar, reavaliar conceitos e, sobretudo, acreditar que é possível mudar.

Yara Maia Vilar de Carvalho

Yara Maia Vilar de Carvalho

CRM-PB: 3648

Especialidade: ginecologista e obstetra

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