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Dia Nacional de Combate ao Câncer da Próstata

Publicada em 16/11/2008 às 00h

A primeira Campanha Nacional de Combate ao Câncer da Próstata promovida pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) foi em 2004. Este ano, voltaremos ao assunto nesta segunda-feira, 17 de novembro, que é o Dia Nacional de Combate ao Câncer da Próstata. A campanha é oportuna, tendo em vista estimativas crescentes mostrando que teremos de 40 a 80 portadores deste tipo de câncer a cada 100 mil homens em 2008 no Brasil, cabendo ao Nordeste uma expectativa de quase 10.000 novos casos, sendo que cerca de 550 homens serão atingidos por essa doença na Paraíba. Isso significa, aproximadamente, um novo caso a cada três minutos no País que também espera 22 mil mortes em decorrência da doença, ou um óbito a cada 25 minutos.

O número de casos de câncer da próstata triplicou nos últimos anos, em parte pelo aumento da longevidade da população visto que a doença atinge homens acima dos 45 anos e tem correlação positiva com a idade. Todos conhecem alguém operado ou falecido dessa doença que alcança maior prevalência com o passar das décadas, atingindo cerca de 30% dos pacientes entre 60 e 70 anos e, praticamente, todos acima dos 90 anos de idade. Por outra parte, houve avanços significativos nos métodos diagnósticos e maior conscientização da população através das campanhas e do acesso mais fácil à informação através da internet. O câncer da próstata caiu na moda e na mídia e, felizmente, os homens já procuram seu urologista de forma espontânea ou acompanhados pela parceira, permitindo o diagnóstico precoce da patologia.

Como se trata de doença de comportamento lento e silencioso, o diagnóstico precoce ainda é um desafio. Mesmo pacientes assintomáticos devem procurar um urologista anualmente a partir dos 45 anos de idade e realizar exame digital (toque retal) e de sangue (PSA). Apenas a combinação desses exames é capaz de dar segurança a esse diagnóstico, sendo a realização exclusiva do PSA um risco por causar uma falsa sensação de que tudo está normal. Existem tumores que não produzem PSA e, portanto, sua detecção só poderá ser feita pelo toque. O avanço tecnológico na medicina é evidente, porém não existe máquina milagrosa ou sabida o suficiente para dispensar o tato de urologista experiente. A ultra-sonografia trans-retal com biopsia prostática está indicada apenas para confirmar os casos suspeitos e a Tomografia Computadorizada bem como a Ressonância Magnética apenas para estimar o avanço da neoplasia. O diagnóstico precoce permite taxas de cura acima de 90%. Procure seu urologista.
Arlindo Monteiro de Carvalho Junior

Arlindo Monteiro de Carvalho Junior

CRM-PB: 4513

Especialidade: Urologista

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