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Toxina Botulínica: uma atualização

Publicada em 01/08/2010 às 00h

A dermatologia evoluiu muito nos últimos anos, principalmente na área de Cosmiatria. Cada vez mais médicos e pacientes buscam procedimentos pouco invasivos e seguros para retardar os efeitos do envelhecimento. A toxina botulínica do tipo A (BTX- A) é uma destas possibilidades. Produzida por uma bactéria, a Clostridium botulinum, é amplamente usada em Medicina.

Suas indicações variam desde desordens neurológicas, oftalmológicas, gastrointestinais, até hiper-hidrose (excesso de sudorese) e correção de rugas de movimento, as conhecidas "rugas de expressão". Seus bons efeitos decorrem do bloqueio de acetilcolina, uma substância liberada por nervos colinérgicos. Atualmente, é um dos procedimentos mais realizados nos consultórios dermatológicos, e seu modo de aplicação vem mudando. Antes usada de forma isolada, visando imobilizar a área tratada "" o que deixava o indivíduo com expressão paralisada "", agora se procura um aspecto mais natural, associando-se a outras terapias como peelings, preenchedores e lasers. Os resultados são bem mais satisfatórios, pois a face fica mais suave, relaxada.

Com o tempo, outras aplicações têm surgido, através de trabalhos que mostram sua ação no prurido, rubor cutâneo e controle da dor, como nos casos de neuralgia pós-herpética ("cobreiro").

As contraindicações ao tratamento com a toxina incluem doenças neuromusculares que também atuem na placa mioneural, hipersensibilidade conhecida aos constituintes do medicamento, infecção local, gestantes e lactantes. A possibilidade de interações medicamentosas existe e, por este motivo, pacientes em uso concomitante de antibióticos aminoglicosídeos devem receber doses menores de toxina. Em geral, os efeitos adversos secundários à injeção de toxina botulínica são leves e transitórios.
Carla Wanderley Gayoso

Carla Wanderley Gayoso

CRM-PB: 4049

Especialidade: Dermatologista

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