Artigos Médicos

A desinformação da informação

Publicada em 11/07/2014 às 17h

Não faz muito tempo que as notícias médicas se tornaram uma das vedetes dos nossos noticiários. Jornais, revistas, rádio e televisão procuram uma notícia bombástica para atrair público e audiência. No domingo à noite, em geral, vem o primeiro furo de reportagem, na maioria das vezes a partir de artigos publicados no New England, e ainda inéditos no Brasil.

Outros apresentam entrevistas com colegas de outros países mostrando o que estão fazendo em seus hospitais. Enfim, várias notícias mais confundem do que orientam nossa população. Não bastasse as pseudomensagens do exterior, temos que ouvir as daqui também. Às vezes, esclarecedoras e orientadoras. Outras somente em caráter de propaganda, pessoal ou institucional, seja de tratamentos ainda em fase experimental, ou não totalmente confirmadas pela classe médica, ou mesmo em caráter alarmista para a população. Como exemplos, temos: técnicas cirúrgicas, não convencionais, realizadas em serviços isolados e cientificamente não confirmados, e orientação alarmista contra o exercício diário, admitindo-se que o ritmo circadiano fisiológico seja danoso ao ser humano. Cuidado, todos os serviços de reabilitação só deveriam abrir após as 12 horas!

Ora, colega, na cardiologia brasileira, é muito grande a disputa de vaidades e a desinformação através da imprensa leiga poderá trazer prejuízo a muitos. Por esses fatos, fica uma pergunta a todos: será que não está na hora de possuirmos um conselho ético?

Fernando Lianza Dias

Fernando Lianza Dias

CRM-PB: 2547

Especialidade: Cardiologista

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