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Cabelos: esclarecendo mitos e estabelecendo verdades

Publicada em 18/10/2019 às 18h

Meu cabelo está caindo... Esta, sem sombra de dúvidas, é uma das frases mais verbalizadas nos consultórios dermatológicos, em especial os de expertise capilar. Precisamos discernir três aspectos fundamentais no que diz respeito à queixa de “queda de cabelos”. O primeiro deles é a “quebra” ou fratura do fio, quando o mesmo não cai da “raiz”, mas rompe em alturas variadas da haste capilar, em geral resultante de agressões externas, químicas (alisamento, tinturas), térmicas e/ou mecânicas (escovas e piastras), não se tratando portanto, de queda real.

O segundo aspecto é a “rarefação”; neste caso, há uma miniaturização do fio, ou seja, um afinamento com consequente redução da densidade capilar, mas não “queda” propriamente dita, condição denominada alopecia androgenética. O terceiro aspecto que abordaremos é a “queda” real denominada cientificamente Eflúvio Telógeno e que pode ser agudo ou crônico, de acordo com seu início, duração e recidiva.


Neste caso, muitos fios de cabelos são visualizados inteiros no chão ou em outro lugar da casa, observa-se a raiz do fio (aspecto do bulbo capilar) e em geral ocorrem três a seis mese após um ou mais fatores desencadeantes, tais como perda ponderal, pós parto, pós operatórios, pós situações de estresse emocional, deficiências de vitaminas e ou minerais, anemia, dentre outros. Uma vez diagnosticada a condição, mediante anamnese, exame clínico e complementares inclusos, em alguns casos, exames laboratoriais de investigação, deve-se adotar alguns cuidados básicos, visando otimização terapêutica orientada por dermatologista competente.


Seguem alguns deles: lavagem frequente dos cabelos (de acordo com o tipo de couro cabeludo, a limpeza do mesmo deve ser realizada com shampoo específico e individualizado, a cada dia ou em dias alternados e o condicionador aplicado só nas pontas dos fios); temperatura do banho deve ser morna (tépida) ou fria, evitando os banhos quentes; evitar agressões químicas, térmicas e /ou mecânicas; cultivar hábitos alimentares saudáveis (alimentos naturais ricos em vitaminas, proteínas, minerais); utilizar protetores térmicos; evitar penteados com muita tração; evitar a automedicação e sempre procurar o dermatologista, profissional membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), capacitado e apto para diagnosticar, desmistificar, estabelecer verdades, tratar e resgatar a autoestima. Afinal de contas... Cabelo é vida!

Larissa Barbosa de Carvalho

Larissa Barbosa de Carvalho

CRM-PB: 6022

Especialidade: Dermatologia

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