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Fimose

Publicada em 18/09/2015 às 17h

Fimose é a dificuldade ou impossibilidade de puxar completamente para trás a prega de pele (prepúcio) que reveste a glande (cabeça do pênis) com vistas à sua completa exposição, em razão da existência de uma abertura prepucial muito estreitada. Parafimose é quando essa abertura ou anel, uma vez retraído, não retorna facilmente à sua posição normal, podendo ser sede de inchaço, alteração de coloração, e até gangrena.

Nos primeiros anos de vida, o prepúcio fica naturalmente colado ao pênis. É a fimose fisiológica. Na medida em que o pênis cresce e se avoluma, ocorre a separação natural entre essas duas partes. Quando as crianças atingem três anos de idade, 90% dos prepúcios já podem estar retraídos, e menos de 1% dos homens apresentam fimose aos 17 anos.

No grau mais avançado da fimose ocorre a impossibilidade de visualização da glande e do orifício da uretra; no moderado, essa exposição é parcial; uma terceira condição é quando incide a parafimose em que, como vimos, uma vez retraído, o anel prepucial apresenta dificuldade de voltar à posição normal.

São causas mais comuns de fimose: falta de higiene adequada; assaduras provocadas por contato da pele com urina; bálanopostites (inflamações da glande e do prepúcio). É que essas patologias podem dar origem a lesões cicatriciais (fibroses) que estreitam a abertura do prepúcio. Por fim, a prática (contraindicada) de "massagens" ou de "exercícios", a pretexto de tentar "abrir" o anel, é suscetível de gerar microtraumatismos, com sangramentos, inflamações e consequentes retrações cicatriciais que, igualmente, resultam em estenose da abertura prepucial.

Como medidas preventivas da fimose, recomendam-se higienização peniana cuidadosa; evitar "massagens" e "exercícios", causadores de dor, pequenos traumatismos, sangramentos e desconforto; e, por fim, proceder-se ao tratamento adequado das assaduras e das eventuais inflamações do períneo e da genitália.

A cirurgia (postectomia), na ausência de complicações prévias, deve ser feita entre os sete e os dez anos de idade. A cirurgia é simples e de baixo risco, dispensando hospitalização. Na infância, na puberdade, e até na adolescência, usa-se a anestesia geral. Nos adultos, ela é local. Consiste na retirada conveniente, conforme o caso, de parte da pele prepucial.

Sebastião Aires de Queiroz

Sebastião Aires de Queiroz

CRM-PB: 475

Especialidade: Pediatra e médico do trabalho

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