Artigos Médicos

Primazia da prevenção de doenças evitáveis

Publicada em 06/07/2018 às 18h

O temor induzido pelas doenças infecciosas evitáveis, que podem acometer tanto crianças e jovens quanto adultos - inclusive gestantes e idosos -, afigura-se providencial e pedagógico, na medida em que contribui para o desenvolvimento de uma consciência preventiva que possa motivar a população a participar, não apenas das periódicas campanhas de vacinação, mas também a comparecer regularmente aos postos de saúde em busca de imunização para suas crianças e outros familiares.

Os calendários vacinais, infantil e de adulto, adotados pelo Ministério da Saúde (SUS), disponibilizam imunizações contra a tuberculose (BCG); difteria, tétano e coqueluche (DPT); hepatite B; poliomielite; diarreia por rotavírus humano; vacina pneumocócica (pneumonia, otite e meningite) e meningocócica C; e também sarampo, caxumba e rubéola (Triviral). Para as meninas de 9 a 11 anos, contamos com a HPV Quadrivalente, preventiva do câncer do colo uterino. Para os que têm acima de 20 anos, temos a vacinas DT (difteria e tétano) e contra a febre amarela, esta destinada a adultos que residam em áreas endêmicas ou para quem para elas pretenda viajar – Norte e Centro-Oeste. A partir dos 60 anos, indicam-se as vacinas contra a influenza e pneumonia pneumocócica, em dose única, anualmente.

Mas, já que estamos a tratar de prevenção, lembramos a relevância do “Teste do Pezinho” (Triagem Neonatal), básico ou ampliado, nos recém-nascidos, para fins de diagnóstico de doenças genéticas ou congênitas graves, como a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, a fibrose cística do pâncreas, anemia falciforme e outras hemopatias, além de diversas anomalias que, se não tratadas precocemente, ocasionarão sequelas irreversíveis às crianças.

Antes dos futuros exames pré-natais nas gestantes, por que não requisitarmos já para os noivos exames pré-nupciais, capazes de revelar doenças cujo tratamento deveria preceder futuras gestações planejadas? Requisitaríamos, neste caso, os testes para sífilis e aids; as sorologias para toxoplasmose e rubéola (estas duas últimas grandemente responsáveis por incidências de cardiopatias congênitas e malformações do Sistema Nervoso Central), além dos testes para as hepatites B e C e dos exames hematológicos e bioquímicos de rotina. Quando viáveis, não esquecer os específicos para as viroses transmitidas pelo Aedes aegypti.

As mulheres, a partir dos 40 anos, devem realizar mamografias para diagnóstico precoce do câncer de mama, assim como aos homens impõe-se, de acordo com a idade e com seus antecedentes familiares, a necessidade de realização do PSA (antígeno prostático específico) para detecção e acompanhamento do câncer prostático. O chamado marcador CEA (antígeno carcinoembriogênico), junto com a colonoscopia, todos são procedimentos indispensáveis para a descoberta do câncer colorretal. Eis, então, alguns entre muitos procedimentos que podemos adotar, visando à prevenção e ao tratamento de várias doenças e à promoção da saúde coletiva.

Sebastião Aires de Queiroz

Sebastião Aires de Queiroz

CRM-PB: 475

Especialidade: Pediatra e médico do trabalho

Mais artigos de Sebastião Aires de Queiroz