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O cigarro e a impotência sexual

Publicada em 28/05/2006 às 00h

Uma rápida olhada nas estatísticas disponíveis vão confirmar a estreita relação entre tabagismo e impotência sexual. Se a ocorrência da disfunção erétil no homem não fumante gira em torno de 2,2%, numa avaliação apenas com tabagistas esse índice sobre para 37%. Portanto, de cada 100 fumantes, 37 vão desenvolver algum problema no seu relacionamento sexual.

Uma ereção perfeita requer um fluxo sangUíneo perfeito. No pênis, o volume sangUíneo precisa chegar em quantidade suficiente ao que chamamos de corpo cavernoso para que ele aumente o seu diâmetro e determine assim a ereção. Ocorre que, no fumante, esse fluxo está continuamente diminuído porque a nicotina - a mais famosa das 4.720 substâncias contidas na fumaça do cigarro - é um potente agente vasoconstrictor que atua diretamente na musculatura do vaso, produzindo uma importante redução no calibre da artéria cavernosa, responsável pela irrigação peniana. A redução da luz dos ramos dessa artéria em 25% já é suficiente para provocar a disfunção erétil.

É importante lembrar que o consumo diário de cigarros, o tempo de tabagismo, bem como a associação com hipertensão arterial, e, principalmente, diabetes é quem vão determinar a precocidade da impotência sexual. É consensual o pensamento de que em condições semelhantes, o tabagista sempre vai ter um desempenho sexual inferior ao não fumante.

Seria interessante se nesse 31 de maio, Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, os amigos, colegas e parentes fumantes abrissem um espaço para uma reflexão mais responsável sobre sua relação com o cigarro e passasse a considerar a idéia de que parar de fumar é tão necessário quanto possível."
Sebastião de Oliveira Costa

Sebastião de Oliveira Costa

CRM-PB: 1630

Especialidade: Pneumologia e Alergologia. Dr. Sebastião é presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba e membro da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira

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