Os tradicionais folguedos juninos que tanta alegria nos trazem também podem ser responsáveis por algumas agressões oculares. Entre os fatores de maior risco, destacam-se as fogueiras e os fogos de artifício.

A fumaça emitida pelas fogueiras contém vários componentes tóxicos que causam conjuntivites e cujos principais sintomas são ardência, acrimejamento, prurido, oprimia (vermelhidão), edema conjuntival e palpebral.

Estes precisam ser tratados adequadamente para evitar maiores complicações.

Os fogos de artifício, por sua vez, são os causadores de diversos agravos. Dentre os mais freqUentes, citamos a ocorrência de corpo estranho (fragmentos de pólvora)nos olhos, provocando lesões na córnea e ou na parede ocular, com vários níveis de gravidade, dependendo da sua extensão. Além desses, as queimaduras extensas e perfurações do globo, na maioria das vezes provocada pela explosão das bombas juninas, são motivo para preocupação quanto ao prognóstico visual e, até mesmo, a integridade do globo ocular. Muitas vezes, o indivíduo pode ser levado à cegueira ou mesmo a procedimentos cirúrgicos, de evisceração ou enucleação onde se faz a retirada do olho.

Para diminuir os riscos citados, sugerimos algumas medidas preventivas. No tocante à fumaça, aconselhamos de imediato o uso de soro fisiológico em abundância (de preferência gelado) para retirar dos olhos todos os resíduos tóxicos. Orienta-se também que não sejam usados colírios e pomadas sem a devida supervisão médica. Para prevenir os graves danos causados pelos fogos, sugere-se que sejam observadas as instruções de uso, bem como, a adequação do tipo de folguedo à idade do usuário. Sabe-se que crianças estão mais expostas e, por esse motivo, devem ser advertidas dos perigos, estando sempre acompanhadas por um adulto nas brincadeiras juninas.

Se estas medidas sugeridas forem adotadas, poderão minimizar os possíveis riscos à saúde ocular nas nossas animadas festas de São João e, conseqUentemente, reduzir o aumento de ocorrências verificados nessa época do ano.