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A vacinação em pacientes oncológicos

Publicada em 02/02/2018 às 18h

Sabemos que a vacinação é uma medida protetiva contra o desenvolvimento clínico de doenças preveníveis. Desde o nascimento, recebemos vacinas contra hepatite, tuberculose e coqueluche, entre outras, que permitiram nossa melhor longevidade. Em relação à composição, as vacinas diferem quanto à origem viral ou bacteriana (relacionado à patologia em alvo) e divergem também se o componente vacinal está vivo ou não.

Atualmente, o aumento no número de casos de febre amarela tem despertado atenção e preocupação na população. A vacinação é a medida mais importante e eficaz nesta prevenção. Ela está indicada para habitantes de áreas endêmicas e para seus visitantes, que devem ser vacinados, pelo menos, 10 dias antes da viagem.

Entretanto, as pessoas com imunossupressão (pacientes que utilizam medicamentos imunossupressores e corticoides), seja pelo tratamento ou pela doença, devem procurar seu médico para ratificar a indicação ou exclusão. Isso é necessário porque existe maior risco de efeitos colaterais e ineficácia da vacina.

Nesse mesmo sentido, a indicação para vacinação contra febre amarela entre os pacientes portadores de câncer é individual. Aqueles que estão em curso de tratamento antineoplásico com quimioterapia e/ou imunobiológicos não devem receber a vacina. Aqueles que já finalizaram o tratamento há mais de três meses podem receber a vacina, após autorização do oncologista clínico. Outras modalidades como terapia alvo molecular e hormonioterapia, seja de manutenção ou paliativa, também devem ser avaliados individualmente.

Outras vacinas que podem ser úteis aos pacientes com câncer:

Vacinas inativadas: dT (dupla adulto = difteria e tétano) e dapT (tríplice bacteriana tipo adulto = difteria, tétano e Pertussis – coqueluche); contra o pneumococo; Vacina meningocócica (Meningo C, Meningo A/C/W/Y e Meningo B); contra influenza; contra HPV; contra hepatite B; contra hepatite A; Haemophilus influenza tipo B (Hib)

  • Devem ser checados antecedentes vacinais (carteira de imunização);
  • Se possível, todas as vacinas rotineiramente indicadas devem ser administradas antes do início de quimioterapia, drogas imunossupressoras, esplenectomia ou radioterapia;
  • Caso alguma vacina inativada seja administrada durante o período de imunossupressão, recomenda-se revacinação após recuperação imunológica.

Vacinas de organismos vivos: Tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola); contra varicella; contra zoster; contra febre amarela; BCG

  • Podem ser feitas 4 semanas antes do início da quimioterapia;
  • De forma geral, as vacinas vivas estão contraindicadas durante a quimioterapia, podendo ser realizadas 3 meses após o seu término, exceto se o paciente estiver em uso de anticorpos anticélulas B, como rituximabe (> 6 meses);
  • Imunização com vacinas de vírus vivos pode resultar em proliferação de cepas atenuadas.
Thiago Lins Almeida

Thiago Lins Almeida

CRM-PB: 5878

Especialidade: Oncologia clínica

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