O câncer de mama, primeira causa de óbito por câncer em mulheres no Brasil, constitui um problema de saúde pública. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), espera-se que em 2006 ocorram 48.930 novos casos de câncer de mama no Brasil.

O aumento da incidência desta doença é observado desde a década de 60. A participação mais ativa da mulher no mercado de trabalho determinou algumas modificações: diminuição do número da prole, primeira gestação mais tardia, uso mais rotineiro de hormônios e novos hábitos alimentares. Todos estes fatores, associados ao aumento da expectativa de vida, contribuíram de forma direta ou indireta para esta elevação.

Define-se rastreamento como o exame das pessoas assintomáticas, objetivando identificar aquelas com maiores chances de apresentar uma doença. Há três estratégias disponíveis para o rastreamento do câncer de mama: mamografia, exame clínico das mamas e auto-exame das mamas.

A mamografia tem como objetivo a detecção do câncer de mama clinicamente oculto em um estágio precoce em mulheres acima de 40 anos. Estudos evidenciaram redução significativa da mortalidade por esta doença entre as mulheres submetidas ao rastreamento mamográfico.

O exame clínico é o exame das mamas realizado pelo médico (mastologista). Até o presente momento, não há comprovação científica da sua eficácia isolada na redução da mortalidade. Porém, tem seu valor, pois cerca de 15% a 25% dos tumores mamários podem não ser vistos pela mamografia.

O auto-exame das mamas (AEM) é o exame das mamas realizado pela própria paciente. Apesar de não haver evidência científica de que o AEM reduza a mortalidade por câncer de mama, é importante que as mulheres estejam atentas a quaisquer alterações em suas mamas e que, diante destas, procurem o especialista.

O diagnóstico precoce tanto aumentará as chances de cura, como também permitirá a realização de cirurgias mais conservadoras.