A queimadura é considerada a maior agressão externa que podemos sofrer, tendo em vista o quadro de sofrimento agudo que encerra e o alto risco de suas lesões. Inicia-se quando o agente agressor apresenta uma temperatura superior a 440ºC, causando a destruição parcial ou total da pele, rompendo a barreira de proteção. As queimaduras podem ser de 10 graus, causando vermelhidão; 20 graus, aparecendo bolhas; e de 30 graus, expondo a gordura subcutânea, músculos, ossos, entre outros.

Além da dor, segue-se a perda de líquidos e eletrólitos, queda de pressão arterial, e, nos casos mais graves, choque. Entra em cena uma "cascata" de desequilíbrio interno com danos à s funções renais, cardiovasculares, respiratórias, imunológicas e endócrinas. Tal seqUência de reações pode culminar em óbito nas primeiras horas ou semanas.

Após a queimadura, a área afetada deve ser lavada com água corrente e fria. Deve-se aumentar a ingestão de líquidos, mas evitar medicamentos ou alimentos. Após o banho, a orientação é deitar a vítima em local seguro e limpo e cobri-la com toalhas ou lençóis limpos para amenizar a dor e diminuir a contaminação; nos choques elétricos nunca esquecer de desligar a fonte de energia, antes de tocar a vitima. Não usar creme dental, manteiga, clara de ovo, azeite, ungUentos, borra de café ou até mesmo pomadas sem indicação médica. Buscar o mais rápido possível o serviço de atendimento pré-hospitalar (SAMU), através do qual será removido para o hospital para uma abordagem especializada.

Todavia, a prevenção é o mais importante. Não deixe crianças na cozinha, vire os cabos de panelas para o lado de dentro do fogão; tenha muito cuidado ao manusear alimentos quentes, superfície aquecida e radiador de automóvel; proteja fios e tomadas desnudas; não acenda ou incremente o fogo com álcool; troque os balões por bexigas de aniversário.

As crianças dominadas pelo espírito de aventura, curiosidade e encantamento tornam-se bastante vulneráveis aos acidentes. Por isso, elas são 50% dos pacientes queimados e 70% dos óbitos. Nas festas juninas, supervisione as crianças, deixe-as longe de fogueiras e dos fogos. Elas costumam ir ao encontro de bombas quando estas falham ou detonam tardiamente, atingindo-as gravemente. A atenção deve ser constante.

Queimaduras deixam marcas que ficam para sempre."