O teste do olhinho é um teste simples, rápido, indolor e barato que vem sendo adotado como procedimento de rotina nos primeiros dias de vida dos recém-nascidos. O exame é realizado pelo próprio pediatra que assiste a criança na sala do parto. O teste serve de triagem para que os casos suspeitos sejam encaminhados ao oftalmologista.

Utilizando-se uma fonte de luz, observa-se o reflexo das pupilas. O reflexo vermelho normal (em tons de vermelho, laranja ou amarelo, dependendo da incidência de luz e da pigmentação da retina) significa que as principais estruturas internas do olho estão transparentes. Já quando está alterado, geralmente, não se observa o reflexo (pupila branca ou leucocoria) ou a qualidade dele é ruim. O teste do olhinho é importante na detecção precoce de doenças que, se não forem diagnosticadas e tratadas a tempo, podem levar à perda da visão (como as cataratas congênitas, hemorragias, inflamações, infecções e retinopatia da prematuridade). Em outras situações, o teste pode até salvar a vida da criança (no caso de tumores intra-oculares, a exemplo do retinoblastoma, que apresenta uma taxa de mortalidade de cerca de 10%.

A catarata congênita é a opacidade do cristalino presente ao nascimento, que pode ser uni ou bilateral e ter relação com a história familiar ou associação com doenças sistêmicas. O tratamento de catarata congênita é cirúrgico e deve ser realizado o mais cedo possível para que a visão possa ser estimulada. Já o retinoblastoma é um tumor maligno da retina que aparece como uma massa branca e nodular. O tratamento é cirúrgico (enucleação do olho), irradiação e até quimioterapia nos casos de metástases. A retinopatia da prematuridade ocorre em crianças prematuras que receberam oxigenoterapia suplementar.

Porém, algumas destas doenças podem se desenvolver tardiamente, devendo os pais estarem sempre atentos para qualquer alteração no olho do seu filho e procurar o oftalmologista para uma avaliação o mais breve possível.