Artigos Médicos

Refluxo gastroesofágico na infância

Publicada em 19/07/2019 às 18h

Ao tratar sobre refluxo gastroesofágico na infância, damos ênfase ao refluxo que incide no primeiro ano de vida; aquele que surge entre o 2° e o 4° mês, com pico entre o 4° e o 5° mês e que perdura por até os 12 e 24 meses, com resolução espontânea até este prazo.

Não trataremos de refluxo que surja em período posterior ou que perdure além do tempo citado. Isto porque nestas situações todos os casos necessitarão de avaliação especializada. Já com os lactentes, o trato digestivo, ainda em desenvolvimento, muitas vezes responde com disfunções que podem se manifestar com a tão temida cólica, com frequências exageradas de evacuações ou, pelo contrário, com um intestino preguiçoso e com um esfíncter esofagiano pouco continente que, juntamente com alimentação preponderantemente líquida e postura deitada, propiciam o retorno alimentar.

Entretanto, bebês que regurgitam não apresentam necessariamente patologias associadas e necessitam apenas de medidas posturais para se manterem livres ou amenizarem os episódios das regurgitações. Esta avaliação é parte da consulta pediátrica, quando o médico poderá avaliar o estado de saúde do bebê, sua curva de crescimento e a presença de complicações como infecções das vias aéreas de repetição.

Se nada disso for encontrado, as medidas de contenção ao refluxo serão de tentar fracionar a dieta, deixar o bebê mais tempo em pé após a dieta, elevar o decúbito do berço, evitar roupas ou fraldas que apertem a região abdominal, assim como evitar a troca de fraldas pós-alimentação e, por último, ter paciência, aguardando e avaliando a evolução da maturidade do trato digestivo, sempre em vigilância conjunta com o profissional médico que acompanha o crescimento e desenvolvimento deste pequeno.

A aquisição, ao passar dos meses, da postura ereta e a introdução da dieta semissólida ou sólida certamente já amenizarão os sintomas desagradáveis do refluxo, trazendo calma e tranquilidade para a família que provavelmente se envolverá em novos embates próprios de cada etapa de desenvolvimento da criança.

Ana Flávia S. Amorim Arruda

Ana Flávia S. Amorim Arruda

CRM-PB: 5557

Especialidade: Pediatra