Não é preciso escrever um poema para se fazer uma louvação poética ao intelectual José Rafael de Menezes. Todos se inspiram e se fazem poetas quando exaltam aquele insigne mestre, precursor da cinematografia em nosso meio, memorialista, ensaísta, cronista e poeta. Paraibano radicado em Recife, pertenceu à s Academias de Letras da Paraíba e Pernambuco.

Suceder José Rafael nessas Academias é dádiva, glória e desafio. Zelar por esse patrimônio paraibano é dever de todos nós. A ninguém, isoladamente ou associado a outrem, pode ser delegada tal outorga, senão à maioria dos acadêmicos das "Casas de Carneiro Vilela e de Coriolano de Medeiros", com o referendo de Deus.

Na Academia Paraibana de Letras coube a mim a responsabilidade de sucedê-lo. Guardo, com carinho, estas palavras de José Rafael de Menezes, no prefácio do meu livro de poemas Ã`kâsha: "Hoje, o convite de Astenio Cesar Fernandes me distingue e reconfirma as afinidades que cultivo com esse magnânimo poeta, cuja familiaridade com meu amigo José Américo de Almeida vem selar ainda mais a admiração que nutro pela sua pessoa (...). Astenio apresenta-nos versos livres, mas também ousa com sucesso a difícil técnica do soneto (...). Outra vertente por onde percorre o poeta Astenio é a liberdade. Foi assim que eu li Ã`kâsha. É isso que penso sobre sua significante obra".

Portanto, chancelado por meu predecessor, quero agradecer aos vinte membros da Academia Paraibana de Letras que me honraram com seu voto de confiança e amizade, elegendo-me membro da Casa de Coriolano de Medeiros.

Eu, hoje acadêmico, sou essencialmente médico, a exemplo de outros colegas paraibanos e do meu mestre no Hôpital de l"Hotel-Dieu, em Paris, doutor Yves Pouliquen, também oftalmologista. Este, ocupando a cadeira 35 da Academia Francesa, pratica ainda a liberdade universal de literato, a mais relevante missão dos acadêmicos.