O refluxo gastroesofágico(RGE) é entendido como o retorno do conteúdo do estômago para o esôfago. Pode ocorrer em condições normais, como durante o sono, o chamado RGE fisiológico. Quando o mesmo acontece em quantidade, freqUência e/ou duração maior do que o normal, levando a alterações no esôfago ou até mesmo em outros órgãos como a laringe, nariz, pulmão etc, estamos diante do RGE patológico, e portanto, da Doença do Refluxo Gastroesofágico.

O paciente procura o médico gastroenterologista com queixa de sensação de queimor retroesternal, regurgitação ( sensação de que um líquido retorna à boca) ou queixas atípicas como tosse seca persistente, rouquidão, falha na voz, crises de sufocação noturna, muitas vezes procurando o otorrino ou pneumologista. Os sintomas muitas vezes são agravados ou desencadeados por alimentos gordurosos, como frituras, refrigerantes, café, bebidas alcoólicas e certos medicamentos. O diagnóstico é feito com EDA e Phmetria, exame que mede a acidez no esôfago.

O RGE patológico, se não tratado adequadamente, pode levar a sérias complicações, incluindo o Esôfago de Barret, uma lesão que pode preceder o câncer do esôfago. O tratamento é clínico em cerca de 70% dos casos e com bons resultados. Este inclue dieta, medicação e mudanças de hábitos. Em cerca de 30% dos pacientes torna-se necessário o tratamento cirúrgico dependendo de avaliação conjunta do gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo. Atualmente, a cirurgia é feita pela videolaparoscopia, um método minimamente invasivo de se operar os órgãos abdominais, sem necessitar de grandes cortes no abdome.