Artigos Médicos

Entendendo a calvície

Publicada em 11/09/2015 às 17h

A alopecia androgenética é a causa mais frequente de perda contínua e progressiva de cabelo (calvície). Apresenta origem genética e hormonal. O quadro clínico é resultado da distribuição geneticamente determinada dos folículos pilosos com sensibilidade específica aos andrógenos que, por sua vez, desencadeiam a transformação de folículos pilosos terminais em folículos miniaturizados (pelos mais curtos e mais finos). Portanto, a diminuição da cobertura do couro cabeludo não se deve à destruição dos folículos, mas sim ao referido processo de miniaturização.

Ocorre tanto no homem como na mulher, porém com padrões de forma e localização diferentes. No homem, de modo geral, o início se faz entre os 20 e 30 anos e progride lentamente. O padrão masculino tem como característica os recessos frontoparietais ("entradas") e a área do vértice ("coroa") do couro cabeludo. As mulheres podem desenvolver o quadro em qualquer momento após a puberdade, embora seja mais comumente verificada em dois picos etários: entre os 20 e 40 anos, e na perimenopausa. Em casos de início mais precoce ou com sinais de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo, alterações menstruais) convém realizar investigação endocrinológica e outras síndromes virilizantes. O padrão feminino é mais difuso, observando-se uma rarefação inicialmente ao nível do vértice com progressão para área frontotemporal, bem como uma linha de implantação frontal preservada.

O tratamento pode ser realizado através de medicações de uso tópico ou oral. Os resultados são observados após seis meses a um ano de uso. Nos casos mais avançados e resistentes à terapêutica clínica, pode-se lançar mão do tratamento cirúrgico (implante capilar).

Flauberto de Sousa Marinho

Flauberto de Sousa Marinho

CRM-PB: 6561

Especialidade: Dermatologista

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