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Doença arterial coronária

Publicada em 18/04/2014 às 17h

A doença arterial coronária, que é a obstrução das artérias coronárias por "placas de gordura", é a principal causa de morte no nosso meio. Trata-se de uma doença muito grave e que pode se apresentar de duas maneiras: aguda e crônica.

Na forma crônica, ocorre um aumento progressivo do grau de obstrução até que a pessoa começa a sentir desconforto no peito para fazer esforço físico. E como é isso? Quando você começa a fazer um esforço e sente um desconforto no peito, não obrigatoriamente dor, mas um desconforto em queimação, um peso, um aperto, e que quando você para de fazer o esforço os sintomas vão melhorando e passa. Toda vez que faz o esforço, tudo se repete. Chamamos isso de angina estável (doença coronária crônica). Outros sintomas, como falta de ar aos esforços, também pode tratar-se da mesma doença. Nesses casos, deve-se procurar um cardiologista para fazer os exames (como o teste da esteira) e fazer o diagnóstico, começando o tratamento o mais rápido possível.

Na forma aguda, esse desconforto no peito ocorre sem esforço físico, ou não melhora após o término do esforço e vem acompanhado com outros sintomas como náuseas, vômitos, falta de ar, pele fria e suor excessivo. A forma aguda trata-se do infarto agudo do miocárdio e deve ser tratada imediatamente, ou seja, com esse sintomas devemos procurar o pronto-socorro do hospital o mais rápido possível e não ficar em casa tomando remédios. Esse tempo de espera pode ser decisivo, ou seja, de "vida ou morte". Chegando ao hospital, os médicos farão o diagnóstico e o tratamento para desobstrução da artéria coronária (por exemplo angioplastia coronária com stent). Lembrando que o desconforto também pode ocorrer em outros locais como no epigástrio (região do estômago), o que pode confundir com azia ou gastrite e, na verdade, ser um infarto. Por tudo isso, melhor procurar o hospital.

Como se trata de uma doença muito grave, devemos fazer de tudo para evitá-la. Dieta saudável, prática regular de atividades físicas, abandonar o fumo e evitar estresse são medidas muito importantes. Os principais fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto devem ser muito bem tratados. Fazer avaliações periódicas acima dos 40 anos é muito importante, principalmente para quem tem história de infarto ou angina na família.

Em resumo, devemos somar todos os esforços para frear essa verdadeira epidemia e diminuir suas graves consequências em todos nós e, para isso, temos que começar agora mesmo.

Gustavo Rique Morais

Gustavo Rique Morais

CRM-PB: 6661

Especialidade: Cardiologia

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