Artigos Médicos

Uso racional de medicamentos

Publicada em 10/10/2004 às 00h

Na qualidade de professor das disciplinas de Semiologia Médica e Gastroenterologia, na graduação em Medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), nunca perco a oportunidade de alertar aos nossos alunos sobre os riscos do uso indiscriminado de medicamentos, mesmo os mais comumente usados e vendidos sem receita médica. Abordo, inclusive, as plantas medicinais, que podem ter reações adversas e interações medicamentosas, à s vezes graves, levando o paciente à internação e, eventualmente, ao óbito.

As reações adversas são efeitos não desejados no tratamento das pessoas, mas que freqUentemente podem determinar até a sua suspensão. A interação medicamentosa é a interferência de um medicamento sobre outro medicamento ou substância usada pelo paciente, causando alterações nos seus efeitos, aumento das reações adversas ou até complicações graves.

Quanto menos medicamentos, melhor. Convém sempre usar as medidas dietéticas, as orientações posturais e mudanças nos hábitos de vida, pois estas muitas vezes são fundamentais ao sucesso da terapêutica. É importante lembrar sempre que a decisão de usar um ou vários medicamentos deve ser ancorada em critérios científicos, cujo objetivo visa, sobretudo, o bem-estar do paciente, levando em conta os riscos e benefícios, bem como o principal ingrediente na prática médica: o "BOM SENSO".

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem investido muito na melhoria das informações aos pacientes, pois as bulas atuais usam termos técnicos de difícil interpretação para a população leiga. A agência determinou, inclusive, a criação de bulário próprio para a compreensão dos usuários de medicamentos.

Resumindo: enfatizamos aos profissionais de saúde e, principalmente aos PACIENTES, que só usem os medicamentos prescritos pelo seu médico e, para a sua queixa atual, nunca faça improvisação com sua saúde.
José Luis Simões Maroja

José Luis Simões Maroja

CRM-PB: 2482

Especialidade: Gastroenterologista