Artigos Médicos

Câncer de Mama e Terapia de Reposição Hormonal

Publicada em 09/04/2006 às 00h

O câncer de mama é, atualmente, o segundo tipo de câncer mais freqUente no mundo e o primeiro entre as mulheres. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 48.930 casos novos no Brasil este ano. Na Paraíba, são esperados 18,9 casos novos para cada 100 mil mulheres.

Os hormônios femininos estão envolvidos na promoção e progressão do câncer de mama. Assim, estão entre os fatores de risco a menarca (primeira menstruação) precoce, a menopausa (última menstruação) tardia, poucas gestações e terapia de reposição hormonal (TRH), entre outros fatores.

A produção de estrogênio (hormônio feminino) praticamente cessa depois da menopausa. Essa redução é responsável por uma série de alterações, como ondas de calor, aceleração da perda de massa óssea (osteoporose), depressão, insônia, ressecamento vaginal, redução do desejo sexual... A eficácia da TRH na prevenção destes sintomas é inquestionável, contudo a sua associação com a elevação do risco de câncer de mama também, principalmente se utilizada por mais de cinco anos.

Apesar do risco, a TRH pode e deve ser prescrita. É preciso que médico e paciente avaliem juntos as indicações e contra-indicações. Para seu início, é fundamental a avaliação mamográfica prévia. Apenas pacientes com mamografias normais estão liberadas para a reposição. Uma vez iniciada, é recomendado que a primeira mamografia seja feita em seis meses e, a partir daí, anualmente. Havendo aumento do tecido mamário deve-se incluir na vigilância ultra-sonografia e, em certos casos, a ressonância magnética.

Mais importante que a decisão de usar a TRH é a disposição da paciente para o controle clínico. Diagnóstico e tratamento precoces ainda são as únicas armas que dispomos para o bom resultado no câncer de mama."
Juliana Gadelha

Juliana Gadelha

CRM-PB: 6041

Especialidade: Mastologista