Artigos Médicos

Segurança na Infância e Adolescência

Publicada em 30/10/2005 às 00h

Os dados epidemiológicos atuais colocam as causas externas (acidentes e violência) como uma das principais causas de morbimortalidade na infância e adolescência, já que a ocorrência de doenças infecciosas, desidratação e desnutrição foram reduzidas com ações de saúde pública como saneamento básico, vacinação, terapia de reidratação oral e incentivo ao aleitamento materno. O controle destes índices pode ser obtido pela adoção de comportamentos e de ambientes seguros, recomendados pela Sociedade Brasileira de Pediatria, que desenvolve estratégias educativas preventivas de segurança em casa, na escola, no trânsito, na fabricação de brinquedos, no uso de medicamentos e produtos tóxicos.

Estas medidas, no entanto, já não são mais suficientes, pois a urbanização crescente aumentou o número de moradias inadequadas, diminuiu a oferta de emprego estável, consolidou o trabalho da mãe como fonte de renda para a família, estimulou o consumismo desenfreado e agravou a desestruturação familiar após a separação de casais, criando situações novas de exposição. Estas transformações sociais colocam em evidência o menor infrator e o menor vítima da violência autoinfligida. A violência doméstica, entretanto, continua a ser mais freqUente que a urbana quando falamos de crianças e adolescentes. O nível de ansiedade está muito alto nas famílias, pondo em risco o vínculo afetivo entre pais e filhos. Enquanto discutimos sobre a venda de armas e a violência urbana, precisamos promover a segurança interior dos filhos e desenvolver relacionamentos familiares saudáveis, que são ações preventivas eficazes contra "acidentes e violências mentais".
Maria das Neves Batista Chianca Marchi

Maria das Neves Batista Chianca Marchi

CRM-PB: 3798

Especialidade: Pediatria

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