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Fumaça e alergias

Publicada em 22/06/2012 às 13h09

Fumaça e alergias

Os festejos juninos em nosso meio possuem uma tradição ainda muito forte: soltar fogos de artifício e fazer fogueiras para comemorar as Festas de São João e de São Pedro. Esse costume pode trazer consequências desagradáveis, tais como irritação dos olhos, nariz, boca e garganta. A queima de matéria orgânica (biomassa), que utiliza carvão, madeira e restos de plantas produz CO (monóxido de carbono), NO2 (dióxido de nitrogênio), particulados e hidrocarbonetos policíclicos. Tais compostos são importantes irritantes do sistema respiratório. Os fatores que determinam a maior penetração de gases e deposição de partículas no aparelho respiratório são a anatomia das vias aéreas, o padrão de fluxo aéreo, o modo de inalação e as propriedades aerodinâmicas das partículas. As crianças, por possuírem vias aéreas mais estreitadas, são particularmente atingidas por ocasião dessa queima. Pacientes alérgicos também podem apresentar aumento de reatividade inespecífica a esses irritantes das vias aéreas, desencadeando assim crises de broncoespasmo (asma).

As pessoas devem tomar então alguns cuidados, tais como fechar portas e janelas para evitar que a fumaça penetre em suas casas. Além disso, devem manter as crianças afastadas das fogueiras e dos fogos de artifício, pois, além da irritação do trato respiratório, temos também o risco das queimaduras, que é extremamente importante.

Caso ocorram sintomas de irritabilidade pelo contato com a fumaça e partículas, deve-se lavar bem a área atingida com água corrente. Pode-se ainda realizar lavagem nasal com solução salina e usar colírios lubrificantes. Se houver o desencadeamento de crise de broncoespasmo, o ideal é procurar atendimento médico de urgência para resolução do quadro.

Renata Cerqueira

Renata Cerqueira

CRM-PB: 4266

Especialidade: alergista e imunologista

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