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Gastrostomia endoscópica

Publicada em 24/10/2004 às 00h

Atualmente, o suporte nutricional dos pacientes constitui um dos fatores importantes para a sua recuperação. Uma das vias que tem despertado interesse nos últimos tempos é a enteral. A oferta desta alimentação se faz, na maioria dos casos, por sondas nasoentéricas que, apesar de serem feitas de um bom material, podem acarretar esofagite pela irritação local, refluxo gastroesofágico com aspiração pulmonar, erosões na narina e até obstruções pelo conteúdo administrado.

Nesse contexto, em 1980, nasceu a gastrostomia por via endoscópica, realizada por Ponsky e Gauderer. A idéia era tornar o método antigo, cirúrgico, em um mais prático e de baixa morbidade. De fato, há várias vantagens quando se compara a gastrostomia endoscópica com a tradicional cirúrgica. Entre elas, a de não necessitar de laparotomia e anestesia geral, sem falar que a duração do procedimento e internamento é mais curta e também menos onerosa.

A gastrostomia endoscópica percutânea é um procedimento ideal para pacientes que necessitem de suporte nutricional por um período maior do que 30 dias, mas que são incapazes de fazê-lo pela boca, transitória ou definitivamente, sendo facilmente removível quando retornarem a se alimentar por via oral.

Podemos dividir as indicações em dois grupos:

1º) Suporte nutricional (doenças neurológicas, tumores de esôfago, gastroparesia diabética, anorexia nervosa grave...);

2º) Descompressão gástrica. Enfim, trata-se de uma técnica bastante difundida nos grandes centros e que já vem ganhando espaço nos hospitais locais devido à facilidade de realização e ao baixo índice de complicações, tornando-a preferível à gastrostomia cirúrgica.
Simone Furtado Trajano

Simone Furtado Trajano

CRM-PB: 4905

Especialidade: Gastroenterologia, endoscopia digestiva e clínica médica

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