Como de costume me dirijo todas as tardes para o consultório, onde pratico a homeopatia, que é reconhecida como especialidade médica há mais de 20 anos. Porém, a cada dia, nos deparamos com casos interessantes. Isto torna a prática apaixonante porque vemos o homem em sua totalidade e, de certa forma, esse aspecto unitário do ser leva a uma individualização: cada paciente acaba buscando o seu medicamento. Um exemplo disto é que dez pessoas com pneumonia, provavelmente, irão mostrar dez quadros diferentes de sintomas, e logo teremos para cada paciente um medicamento.

Certo dia, uma jovem veio ao meu consultório com queixas de dor de garganta. Percebi que estava ansiosa. Durante a consulta, além de identificar a doença, pesquisei a maneira peculiar desta jovem adoecer, fazendo perguntas sobre seus hábitos, preferências alimentares, reação do clima, características do sono e sonhos marcantes, o estado de humor, medos, angústia, temperamento e etc.

Ao término da consulta, ela questionou:

- O que todas essas perguntas têm a ver com meu problema? Respondi que tudo a respeito dela era importante para a consulta homeopática. Depois, prescrevi um medicamento em dose única, o que gerou uma nova indagação:

- Doutora, isso vai funcionar?
- Você é quem vai me dizer, comentei, mas as medicações homeopáticas são em doses mínimas de valores máximos preparados segundo os critérios estabelecidos pela farmacotécnica homeopática, que consiste em diluição e dinamização. Em consultas subseqUentes, ela falava da reação do medicamento que se deu de maneira rápida, o que contraria o conceito popular da ação do remédio homeopático de ser lento.

O acompanhamento do paciente é feito com base em leis e regras que orientam o médico no diagnóstico e no prognóstico da evolução clínica. O mais gratificante, além da melhora dos sintomas, é que a cura se processa em meio à s mudanças de hábitos e de atitudes perante a vida.