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Mitos e verdades de como encarar a ressaca

Publicada em 02/01/2005 às 00h

Se você já esteve nauseado, com dores de cabeça, com fraqueza muscular e tudo isto após um exagero na quantidade ingerida de bebidas alcoólicas, você conhece o termo ressaca. Mas o que faz algumas pessoas serem mais sensíveis aos efeitos deletérios do álcool?

A resposta está nas enzimas hepáticas que metabolizam a bebida. Obviamente outros fatores como o jejum e a idade também interferem nos efeitos do álcool sob o organismo.

Muitas das receitas para lidar com a indesejada ressaca não passam de crendices sem fundamento científico, incluindo o uso de várias medicações que são vendidas para este fim. Em geral, esses remédios causam um alívio imediato, mas alguns contêm, nas suas composições, analgésicos, antiácidos, estimulantes como a cafeína e protetores hepáticos, entre outros, que podem, na verdade, promover efeitos adversos, algumas vezes graves. Dentre eles, reação anafilática, hemorragia digestiva e hepatite medicamentosa.

Entretanto, nem tudo que se propaga é ineficaz. Quando se ingere um certo volume de azeite de oliva, como é de hábito no Mediterrâneo, o mesmo reduz parcialmente a capacidade do aparelho digestivo de absorver o etanol; isto também justifica quando se come um alimento mais gorduroso antes daquele "porre". Outros já preconizam alimentar-se bem no café da manhã no dia seguinte. Certamente, os carboidratos ingeridos, o açúcar e os líquidos o ajudarão a corrigir a desidratação, a perda de eletrólitos e a hipoglicemia decorrentes do abuso de álcool. Finalmente, é importante lembrar de que não existe nenhuma "fórmula mágica" capaz de evitar completamente os malefícios decorrentes do consumo exagerado do álcool. É importante, sim, saber apreciá-lo na dose certa.
Eduardo Franca Pereira

Eduardo Franca Pereira

CRM-PB: 4712

Especialidade: Gastroenterologista

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