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Quando a hiperatividade é doença

Publicada em 09/08/2009 às 00h

Atualmente, tem se valorizado muito a característica "hiperatividade", chegando, na maioria das vezes, a confundir-se com o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH).

É bom lembrar que o TDAH é constituído por três sintomas fundamentais: o Déficit de Atenção (dificuldade de concentração), comportamento com influência de um motor desorganizado e desestruturado (indisciplina) e impulsividade. Eles caracterizam o TDAH e só podem ser diagnosticados em crianças a partir dos sete anos. É também importante frisar que para preencher os critérios de diagnóstico do TDAH, a criança deve ser hiperativa em duas ou mais situações (ex.: em casa, na escola, na praia etc.).

O diagnóstico é clínico. Não há necessidade de exames sofisticados, tipo tomografia ou ressonância magnética, pois tais resultados serão normais. É fundamental, também, uma avaliação psicológica e com os pais.

Em termos de tratamento o fármaco indicado é o metil-fenidato, que só pode ser utilizado a partir dos sete anos e tem indicação para o Déficit de Atenção. Há outras alternativas para o tratamento farmacológico, devendo o médico avaliar qual o melhor deles para iniciar este tratamento.

Faz-se necessário encaminhar a criança para uma terapia. Creio que a ideal, inicialmente, será a ludoterapia bem como técnicas de relaxamento. É importante trabalhar também a psicomotricidade desta criança e a sua impulsividade. Atualmente, também se recomenda a prática de esportes e de artes marciais, pois estas geralmente imprimem disciplina à criança.

Finalmente, o sucesso dos tratamentos médico e psicológico vai depender da adesão da criança e do grau de comprometimento dos sintomas. Lembro que é um tratamento longo e que, em alguns casos, tem que se buscar novas alternativas, sempre envolvendo o médico, o psicólogo, a escola, com seus professores, e os pais.

Genário Alves Barbosa

Genário Alves Barbosa

CRM-PB: 1427

Especialidade: Psiquiatra infantil

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