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Câncer da pele: uma ameaça próxima de todos

Publicada em 09/11/2008 às 00h

Há 10 anos, a Sociedade Brasileira de Dermato-logia (SBD) realiza uma campanha de âmbito nacional para alertar a população dos riscos de desenvolver câncer de pele. Toda a mídia participa ativamente da divulgação, hoje considerada a segunda maior campanha do gênero no mundo. Em todo o País, ela mobiliza mais de 1500 dermatologistas e 178 serviços médicos para atender e tratar gratuitamente a população brasileira, e ainda paga aos hospitais pelo tratamento efetuado.

Este ano, a campanha foi realizada ontem. Dermatologistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Paraíba (SBD-PB) realizaram cerca de 700 atendimentos gratuitos, em João Pessoa e em Campina Grande, cujo diagnóstico de câncer de pele se deu por volta 10% desse número; e destes, 20% eram de cânceres que poderiam dar metástase e levar à morte. O Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, e o Hospital Alcides Carneiro, em Campina Grande, tiveram um dia especial por colocar em seus calendários a campanha da nossa SBD. Seus diretores abraçaram a causa, certamente imbuídos no espírito de responsabilidade social, razão pela qual nós agradecemos.

Por que o câncer de pele recebe tanta atenção da SBD e da mídia? A razão reside nos números desta doença. Este ano, teremos mais de 120 mil novos casos de câncer de pele diagnosticados, segundo o Inca, e a doença cresce na ordem de 5% a 7% ao ano, correspondendo a mais que o dobro de segundo lugar, o de mama. Em alguns países, a exemplo da Austrália, trata-se de uma verdadeira epidemia. Os EUA, em 2006, tiveram 1,2 milhão de casos novos e 10 mil mortes. Felizmente, os cânceres da pele têm baixo índice de mortalidade, já que o mais comum dos cânceres da pele "" CBC - responde por 75% e raramente dá metástase.

O que deve chamar a atenção da população para pensar em câncer da pele? Não é difícil. Basta ficar atento à s alterações que não existiam na pele ou na mudança daquelas que já existiam. Resumidamente, deve chamar nossa atenção: 1- feridas que não cicatrizam; 2 - aparecimento de pequenas cascas avermelhadas nas áreas expostas ao sol; 3 - "sinais" que sangram ao toque da toalha e aos pequenos traumas; 4 - manchas escuras que estão alterando sua cor, que coçam e que sangram, até mesmo as manchas de nascimento podem se malignizar. Como último alerta, sugiro que quando houver qualquer dúvida sobre o que está acontecendo na sua pele, procure um DERMATOLOGISTA.
Otávio Sérgio Lopes

Otávio Sérgio Lopes

CRM-PB: 4248

Especialidade: Dermatologista

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