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"Sol na medida, saúde na certa"

Publicada em 09/01/2015 às 17h

Esta frase já foi slogan da campanha contra o câncer de pele que a Sociedade Brasileira de Dermatologia promoveu em 2001, e deixou de ser usada porque alguns dermatologistas acharam que a mensagem podia ser mal interpretada, sobretudo nos grupos de pacientes que, de forma alguma, poderiam tomar sol, a exemplo dos portadores de Lúpus Eritematoso, Xeroderma pigmentoso, pacientes com história pessoal de múltiplos cânceres de pele, entre outros. A pergunta que fica é: excluídos os grupos de pessoas que de maneira alguma devem tomar sol, aliás um grupo bastante pequeno, o sol na medida traz saúde? Para respondermos esta pergunta, temos que ter muito claro o que é "sol na medida".

Infelizmente, ainda não é possível darmos uma resposta precisa, uma vez que há uma variabilidade genética gigantesca na forma do organismo humano processar a luz (radiação) do sol , o que quer dizer que, para cada pessoa, em diferentes idades, há uma forma do organismo armazenar e processar a radiação tomada. Por exemplo: no idoso, a quantidade de radiação solar para síntese de Vitamina D deve ser maior que a de um jovem, uma pele escura se comporta também muito diferente de uma pele branca. Daí concluímos quão é difícil passar uma orientação que valha para todos de forma igual.

A população precisa entender que o sol é um agente de saúde, mas também está ligado a muitas doenças, entre elas o câncer de pele, e que a linha que separa o bem do mal é muito tênue, às vezes imperceptível. Então, como é que podemos tomar sol sem danificar ou danificando o menos possível a nossa pele? A resposta a essa pergunta passa pelo conhecimento das principais radiações solares que chegam à terra. Pois bem, para o caso em tela, devemos lembrar as três principais radiações solares: ultravioleta(UVA e UVB), luz visível e radiação infravermelho (calor). Dessas, a mais perigosa é a ultravioleta (UV), apesar de muita gente achar que é pelo calor que o sol machuca nossa pele; não, é pela UV que queimamos nossa pele e a danificamos e isto ocorre não no momento da tomada de sol, mas 8 horas depois. No verão, aqui no Nordeste, vivemos níveis extremos dessa radiação, sendo assim altíssimo o risco de queimaduras solares. Essas queimaduras representam o maior fator de risco para o desenvolvimento das doenças provocadas pelo sol, de forma aguda e crônica. Os cânceres de pele, por exemplo, estão intimamente ligados ao número de queimaduras solares. Quanto mais queimaduras ao longo da vida, maior nossa chance de termos um câncer de pele. Nós devemos conduzir nossa vida e de nossos filhos com firme propósito de evitar as queimaduras solares, aí apontarei algumas dicas:

1- Evite a exposição solar sem proteção depois das 9h e antes das 15h;

2- Mesmo cedo, se a exposição solar for acima de 15 minutos, devemos usar aparatos de proteção solar.

 

Otávio Sérgio Lopes

Otávio Sérgio Lopes

CRM-PB: 4248

Especialidade: Dermatologista

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