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Entendendo as tonturas

Publicada em 05/12/2004 às 00h

Tontura é um termo empregado freqUentemente para expressar perturbações do equilíbrio corporal, que é mantido pelo sistema vestibular (constituído pelo ouvido interno ou labirinto, 8º nervo craniano e parte do sistema nervoso central), o sistema somatosensorial (formado por um conjunto de receptores sensoriais da pele, músculos e articulações que comunicam ao sistema nervoso central sobre a posição do corpo) e a visão.

O labirinto informa sobre as direções dos movimentos da cabeça e do corpo (para cima, para baixo, de um lado para o outro, para frente, para trás e rotações). Os olhos informam onde e como o corpo está situado no espaço circundante e as direções da sua movimentação. Os receptores de pressão da pele informam qual a parte do corpo que está em contato com o solo. Os receptores dos tendões, músculos e articulações comunicam quais as partes do corpo que estão em movimento. O sistema nervoso central processa todas as informações recebidas destes sistemas e coordena a manutenção do equilíbrio corporal. Quando o sistema nervoso central recebe informações conflitantes surge a tontura.

As tonturas estão entre os sintomas mais freqUentes em todo o mundo e são de origem labiríntica em aproximadamente 85% dos casos. Mais raramente, elas podem ser de causa visual, neurológica ou psíquica. Há dois tipos fundamentais de tontura: a tontura não rotatória e a tontura rotatória (vertigem). A tontura não rotatória pode ser caracterizada por diversas sensações como instabilidade, flutuação, atordoamento, impressão de queda, desequilíbrio ao andar e desvios ao caminhar. A vertigem é o tipo mais comum, caracterizando-se pela sensação de rotação: o paciente sente que o ambiente roda à sua volta ou que está girando no meio do ambiente. A vertigem pode ocorrer ou agravar-se em certas posições corporais ou à s mudanças da posição da cabeça. Os distúrbios do labirinto, conhecidos como "labirintites", são a fonte mais comum de tonturas aguda e crônica.

Pacientes com tonturas costumam apresentar, em maior ou menor grau, insegurança, ansiedade, depressão, medo, perda de memória, dificuldade de concentração mental, fadiga física e mental, que afetam de moo considerável a sua qualidade de vida.

Quando há suspeita de um distúrbio do labirinto, o diagnóstico é baseado na história clínica e no exame otoneurológico, que analisa a função auditiva e do sistema vestibular, por meio de diversos procedimentos. Os testes a serem efetuados dependem das características de cada caso.

O tratamento visa eliminar ou atenuar as tonturas e sintomas associados. Quando é adequado, um número relevante de pacientes tem obtido melhora expressiva ou cura de seus distúrbios labirínticos.
Ronaldo Bezerra de Queiroz

Ronaldo Bezerra de Queiroz

CRM-PB: 3407

Especialidade: Neurologia

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