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Toque Retal para prevenção do Câncer de Próstata é necessário?

Publicada em 13/06/2004 às 00h

Na prática urológica diária, pública e privada, os urologistas são bastante questionados pelos pacientes que os procuram sobre a real necessidade do toque retal para a prevenção do câncer de próstata.

Enquanto alguns perguntam se já existe algum exame de sangue ou ultra-som que substitua o toque retal, outros acreditam que o toque seria efetuado somente se o tal exame de sangue (PSA) estivesse elevado. A resposta para essas dúvidas é que o toque retal deve, obrigatoriamente, fazer parte do exame de prevenção do câncer da próstata, independentemente do valor do PSA, que deve, igualmente, ser sempre realizado, mas nunca substituir o exame digital.

A base científica para a obrigatoriedade dos dois exames reside no fato de que 25% dos pacientes com tumor de próstata não terão elevação do PSA e 35% dos toques retais não evidenciarão nódulos ou endurecimentos na próstata, mesmo com o câncer presente na glândula.

No entanto, quando associamos os dois exames, a margem de erro cai para 8%, aumentando significativamente as chances de suspeição da doença. Baseado nisso, ao não fazer o toque, confiando ou não em um exame de laboratório com todas as falhas que uma máquina ou um reagente químico podem ter, o urologista corre o risco de estar deixando de diagnosticar, em uma primeira oportunidade, uma doença grave e freqUente no sexo masculino.

Em resumo, o toque retal e o PSA, realizados anualmente e em conjunto, são necessários e essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer da próstata.
Alexandre Aranha Trigueiro

Alexandre Aranha Trigueiro

CRM-PB: 4928

Especialidade: Urologia

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