• Início
  • Unidades
  • Viver Melhor
  • Artigos Médicos
  • Reabilitação vocal de laringectomizados com prótese traqueoesofágica

Artigos Médicos

Reabilitação vocal de laringectomizados com prótese traqueoesofágica

Publicada em 14/03/2014 às 17h

A laringe é uma estrutura localizada no pescoço que tem um papel central na coordenação das funções do aparelho respiratório/digestivo superior, incluindo respiração, fala e deglutição. Devido à sua exposição direta ao tabaco (tabagismo) e ao álcool (etilismo), torna-se lugar frequente, em cabeça e pescoço, de um tipo de câncer chamado carcinoma epidermóide, responsável por 95% dos casos. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a mais recente estimativa mundial apontou a ocorrência de aproximadamente 129 mil casos novos, sendo responsável pelo óbito de, aproximadamente, 70 mil pessoas por ano.

O tratamento depende do estágio da doença, podendo ser com radioterapia associada ou não a quimioterapia, como também cirurgia, seguida ou não de radioterapia, ou radioquimioterapia. Quanto ao tratamento cirúrgico, podemos oferecer desde uma microcirurgia de laringe por via endoscópica, a laringectomia parcial, a laringectomia total e, mais recentemente, em algumas situações, a cirurgia robótica.

Os pacientes que foram submetidos à laringectomia total apresentam como impacto importante a perda completa da voz laríngea. Na ausência da laringe, é preciso que se desenvolva um mecanismo capaz de substituí-la para a produção de sons. Existem várias maneiras com as quais os indivíduos laringectomizados podem compensar a perda da voz laríngea e favorecer a comunicação verbal oral.

A reabilitação vocal pode ser feita de três maneiras: pela voz esofágica, pelo uso de laringe artificial e pela colocação de prótese traqueoesofágica. Em relação aos três recursos, observam-se vantagens e desvantagens e a opção é definida entre médico e paciente com a ajuda do fonoaudiólogo.

Atualmente, na Paraíba, pode ser realizado o procedimento que envolve a colocação de prótese traqueoesofágica para reabilitação vocal, permitindo que o paciente volte a se comunicar com familiares e amigos. A prótese é feita de silicone sem risco ao paciente, não ocorrendo rejeição por parte do organismo. Porém, é necessário o treinamento em relação ao uso e cuidado de manutenção da prótese.

Ressalta-se que, independentemente do tempo em que foi realizada a laringectomia total, esse paciente poderá se beneficiar com o procedimento, desde que seja acompanhado e orientado por uma equipe capacitada.

Para colocação da prótese, é necessário um procedimento cirúrgico realizado pelo cirurgião de cabeça e pescoço, além do fonoaudiólogo capacitado para reabilitação vocal, através de treinamentos específicos para a produção da voz. A presença da equipe multidisciplinar é extremamente necessária para a excelência do resultado buscado: a voz!

Victor Perrusi

Victor Perrusi

CRM-PB: 5803

Especialidade: Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Mais artigos de Victor Perrusi