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O autista, criança cristal: a cura pelo amor incondicional

Publicada em 08/04/2012 às 07h

A dificuldade para se comunicar, em distinguir a voz dos pais, em imitar gestos, a ausência de resposta com o olhar quando solicitado, beijos e abraços os incomodam, pois não toleram ser tocados e demonstram hipersensibilidade a sons altos e baixa sensibilidade a dor. Porém, os estímulos repetitivos prendem a sua atenção e despertam o seu interesse. Não interagem com outras crianças, evitam o contato visual e não suportam mudanças na sua rotina.

O diagnóstico antes do terceiro ano de vida é fundamental, aliado à intervenção precoce com fonoaudiologia, psicopedagogia, neuroestimulaçao e terapia ocupacional, além do acompanhamento com neuropediatra. Algumas crianças apresentam um desenvolvimento cognitivo e social semelhante a qualquer outra criança em sua faixa etária.

Reconhecemos a necessidade de investimento no setor público, sabendo que o custo para este tipo de tratamento é alto, alem de associarmos uma terapia fundamental para o sucesso de todo tratamento, chamado de amor, compreensão e a persistência dos super pais, que devem ser incansáveis em cada etapa do desenvolvimento. Aliado à escola regular que visa à inclusão, socialização e alfabetização, sendo os educadores fundamentais na prevenção do bullying.

Entender o autismo é fundamental, reconhecer que referências como Albert Einstein, com inteligência privilegiada só começou a falar aos cinco anos e era autista, assim como um dos presidentes americanos, matemáticos, físicos e pintores renomados nos lembram a contribuição cientifica, artística, política e social do autismo para humanidade. As causas ainda não foram totalmente elucidadas, a alteração genética com genes mais curtos e com poucas sinapses. O que sabemos é que é mais frequente no sexo masculino e vem progressivamente aumentando a sua incidência mundial, sendo fundamental o conhecimento de que, quanto mais cedo diagnosticarmos e intervirmos, melhores os resultados.

Os religiosos nos lembram que Jesus era um jovem que não seguia leis, convenções e valores pré-estabelecidos. O seu reino e o seu comportamento geravam polêmica e intolerância e Ele foi considerado o grande revolucionário do seu tempo, o que nos leva a associar o autista ao cristo (criança cristal); estes transformam o seu ambiente familiar e social, emanam uma energia superior e nos indicam o caminho da cura e sua opção de saírem do seu mundo através do amor incondicional.

Alexandrina Cavalcanti Lopes

Alexandrina Cavalcanti Lopes

CRM-PB: 3695

Especialidade: Pediatria

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