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Hipertensão, Fármacos, SRA e doença residual

Publicada em 21/04/2013 às 07h

Há mais de um século, iniciaram-se as pesquisas sobre o que conhecemos hoje por \"Sistema Renina-Angiotensina\" (SRA) e sua relação com a Doença Hipertensiva (DH).

Entretanto, foi apenas nos últimos 36 anos que o desenvolvimento de novos fármacos anti-hipertensivos, com foco nesse importante pilar da gênese da DH,avançou significativamente. Vários medicamentos das classes dos Inibidores da Enzima Conversora (IECA) e dos Bloqueadores da Angiotensina (BRA)e, por último, os inibidores da renina, foram desenvolvidos e incorporados à prática clínica.

Todavia, a despeito da eficácia e segurança demonstradas por esses fármacos no tratamento da DH, com estudos clínicos de desfecho primário,demonstraram que o risco residual cardiovascular e metabólico ainda permanece em nível bastante alto, perdurando ainda nesse século.

Além da constante preocupação na mudança de estilo de vida, para obtenção do sucesso terapêutico, o estudo e a pesquisa no desenvolvimento de novos fármacos, que busquem diminuir o risco residual, são imprescindíveis.

Alguns estudos científicos, visando esclarecer e buscar fundamentos terapêuticos para combater o risco residual sobre três perspectivas: em suma no âmbito da cardiologia, endocrinologia e nefrologia, sem excluir jamais o risco vascular, incluindo evidentemente as áreas de neurologia e angiologia. Essas especialidades estão constantemente envolvidas com os órgãos alvos, pois o risco residual da doença hipertensiva tem contexto multidisciplinar.

Concluímos, com a suposição de que o bloqueio mais efetivo do SRA vem a representar redução da maior relevância, para que o cardiologista clínico possa restringir cada vez mais o risco residual, som a dificuldade atual que estamos enfrentando com associações ao alisquireno que levou a diminuir o brilho dos bons resultados do estudo AVOID. E, por fim, indagamos, por que não associar BRA + IECA? Temos feito este procedimento na nossa prática clínica diária, se estamos agindo de forma off-label, o futuro fará o julgamento, apesar de crermos que seremos absolvidos pela grandiosidade da extensa resposta positivaque vem ocorrendo.

Fernando Lianza Dias

Fernando Lianza Dias

CRM-PB: 2547

Especialidade: Cardiologista

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