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Insuficiência Cardíaca Descompensada: novos rumos

Publicada em 15/02/2013 às 18h

Para os pacientes que se internam com insuficiência cardíaca (IC) descompensada, é importante realizar uma avaliação do perfil clínico e hemodinâmico. Essa classificação foi proposta por Stevenson, em que são utilizados dois parâmetros clínicos, para estratificar os pacientes: congestão e perfusão. A congestão é diagnosticada quando o paciente apresenta os seguintes sinais no exame físico: estase jugular, estertores pulmonares, edema sacral, edema de membros inferiores e hepatomegalia. O diagnóstico de má perfusão é feito quando da presença dos seguintes sinais: PA sistólica menos que 90 mmHg sintomática, má perfusão de extremidades, alteração do nível de consciência e insuficiência pré-renal. Definimos como \"padrão congesto\" e em sua ausência, de \"padrão seco\". Com relação à perfusão, denominamos quente se bem perfundido e frio se má perfundido.

O tratamento da hipervolemia é feito com diuréticos endovenosos na fase descompensada. Para solucionar a perfusão periférica, devemos utilizar vasodilatadores e, nos casos mais graves, pode ser necessária a utilização de inotrópico endovenoso.

No tratamento moderno da IC, o uso de vasodilatadores está associado à melhora da evolução. Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECAs), os bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRAs) e a associação da hidralazina com nitrato. São os vasodilatadores que demonstraram benefícios incontestáveis na morbidade e mortalidade. A primeira escolha dentre os vasodilatadores para o paciente portador de IC são os IECAs, pois existem diversos estudos que demonstram de forma irrefutável a diminuição da mortalidade com o uso dessa classe de medicamentos. Nos pacientes com IC em fase avançada, que internam com perfil C (má perfusão e congestão), a utilização de vasodilatadores é importante para melhorar a hemodinâmica do inotrópico.

Em suma, as linhas acima, deixam evidente o uso de vasodilatadores isolado ou associados nessa patologia tão grave e tão temida.

Fontes de consultas, entre outros ensaios clínicos, o inovador estudo A-HEFT (African - American Heart Failure Trial), que resultou em significativa redução da mortalidade na IC grave.

Fernando Lianza Dias

Fernando Lianza Dias

CRM-PB: 2547

Especialidade: Cardiologista

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