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Criptorquidia

Publicada em 08/06/2012 às 15h01

Criptorquidia - patologia cirúrgica frequente da criança com incidência de 1 caso para 100 nascimentos. Consiste na falta de descida do testículo à bolsa escrotal, podendo ser uni ou bilateral, localizando-se frequentemente na região inguinal ou abdome. Embriologicamente, o testículo origina-se no abdome, chegando à bolsa escrotal no final da gestação a termo, de modo que, se a criança nascer prematura, pode o testículo vir a descer até os 6 meses de vida. Depois dessa idade não ocorre mais a descida testicular.

A criança que nasce com criptorquidia deve ter uma avaliação do especialista nos três primeiros meses de vida para saber se o mesmo é palpável, o que certamente facilita muito o tratamento, além de explicar aos pais a conduta mais correta. O diagnóstico é feito através do exame físico, procurando localizar o testículo à palpação, dispensando-se a ultrassonografia, especialmente se for impalpável.

Quando a criptorquidia é bilateral e associada à hipospádia, a genitália é considerada dúbia, devendo-se realizar exames para estabelecer o sexo do recém-nascido. Caso a criança permaneça com o testículo fora da bolsa escrotal por falta de tratamento na idade adequada, podem surgir problemas a partir do primeiro ano de vida que comprometem a fertilidade futura, acentuando-se nos casos bilaterais. Outras complicações da criptorquidia são diminuição do volume testicular, hérnia inguinal, torção, tumores numa idade tardia, além de danos psicológicos.

O tratamento hormonal é falho, devendo a criança ser operada em torno dos 10 a 11 meses de vida, diferentemente do preconizado anos atrás que se indicava a cirurgia mais tardiamente. A cirurgia denomina-se orquidopexia, sendo realizada em hospital sob anestesia geral com alta no mesmo dia. A recuperação pós-operatória é excelente.

Wilberto Silva Trigueiro

Wilberto Silva Trigueiro

CRM-PB: 871

Especialidade: Cirurgião pediátrico

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