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Hidronefrose fetal: qual a importância?

Publicada em 28/06/2013 às 15h06

A hidronefrose fetal é o acúmulo de urina no rim, uni ou bilateralmente, encontrando-se presente em torno de 2% das ultrassonografias (US) realizadas na gestação, podendo vir acompanhada de dilatação dos ureteres e bexiga, sendo esta situação mais preocupante. O aparelho urinário é um sistema de vasos comunicantes, de modo que uma dificuldade à passagem de urina através da uretra leva à dilatação de todo o trato urinário e infec

Várias são as causas de hidronefrose fetal, mas que deve ser confirmada após o nascimento através da US e, a partir daí, outros exames poderão ser efetuados inicialmente ou semanas depois, na dependência dos resultados. Quando não há dilatação ureteral, pode ser classificada em leve, moderada e grave. Isto é importante para não se efetuar exames de imagem desnecessários em determinadas situações ou deixar de fazê-los nos que realmente necessitam. Muitas das hidronefroses sem dilatação ureteral, mas com apenas leve dilatação da pelve renal (0,5 a 0,9 mm), são acompanhadas apenas com US, pois a maioria regride naturalmente. Entretanto, nas dilatações piélicas acima de 15 mm, com ou sem dilatação ureteral, a abordagem diagnóstica é mais ampla, ressaltando que exames para verificação da função renal devem ser feitos após 30 dias de vida, pela imaturidade dos rins.

A causa mais frequente de indicação cirúrgica é a obstrução parcial da junção da pelve com o ureter, especialmente quando há dilatação piélica com função renal comprometida. O refluxo vésico ureteral pode determinar hidronefrose com dilatação do ureter, mas o diagnóstico somente é feito através da radiografia chamada uretrocistografia miccinal e o tratamento é usualmente clínico nos lactentes.

Outras causas podem originar hidronefrose, mas queremos finalizar tranquilizando os leitores de que é necessária uma avaliação criteriosa de cada caso para evitar-se precipitação em indicação cirúrgica ou deixá-la de indicar quando necessária. O prognóstico é muito bom na maioria das crianças. Alguns casos mais complexos necessitam de um acompanhamento em longo prazo, principalmente nos pacientes masculinos com obstrução valvular da uretra posterior.

Wilberto Silva Trigueiro

Wilberto Silva Trigueiro

CRM-PB: 871

Especialidade: Cirurgião pediátrico

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