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Hipospádia na Criança

Publicada em 14/12/2012 às 14h

A hipospádia é uma anomalia congênita relativamente frequente, com uma incidência de 1:200 meninos, caracterizada por não localização da uretra na extremidade do pênis. Pode a uretra terminar ventralmente abaixo da glande, no meio ou na base do pênis ou mesmo na bolsa escrotal. Não causa incontinência urinária. É acompanhada por excesso de pele prepucial dorsal que recobre parcialmente a glande, a qual pode ter algum grau de rotação, ou mesmo o pênis apresentar uma importante curvatura ventral observada principalmente quando mais afastado da glande estiver o meato uretral.

O tratamento é cirúrgico em torno de 8 a 12 meses de idade. Ele tem como objetivos confeccionar a uretra de diâmetro adequado posicionando-a no centro da glande, proporcionar uma micção sem esforço e sem abaulamento da uretra, tornar o pênis sem curvatura quando ereto, um aspecto peniano mais próximo do normal e uma futura atividade sexual normal na época adequada.

Inúmeras são as técnicas cirúrgicas descritas para a correção, devendo o cirurgião pediátrico ter conhecimento e domínio nas quais vai utilizar, pois depende de cada caso. A tendência atual é conservar a placa uretral sendo a cirurgia feita em único tempo operatório. Nos casos de hipospádia em que há grande curvatura do pênis geralmente a cirurgia é realizada em dois tempos. Deve-se usar material delicado, fios finos de sutura e usualmente uma fina sonda na bexiga permanece por poucos dias, não impedindo da criança andar ou engatinhar. O primeiro curativo é removido pelo cirurgião dois a três dias após o ato operatório Analgésicos são prescritos e a alta hospitalar geralmente é no mesmo dia da cirurgia. Um grande número de pacientes operados pelo cirurgião o proporciona experiência suficiente para obter ótimos resultados na grande maioria dos casos.

 

 

Wilberto Silva Trigueiro

Wilberto Silva Trigueiro

CRM-PB: 871

Especialidade: Cirurgião pediátrico

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