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Diabetes na infância e na adolescência

Publicada em 20/03/2011 às 10h18

O diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns na infância e na adolescência, podendo surgir em qualquer idade, até mesmo no recém-nascido. Do total de casos de diabetes, cerca de 10% acometem essa faixa etária e são classificados como Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2. A cada ano, cerca de 70 mil crianças desenvolvem o Tipo 1, sendo mais de 500 mil com menos de 14 anos acometidas em todo o mundo. O tipo 2, que antes era característico do adulto, avança sobre os jovens, alcançando as crianças.

O Tipo 1 é uma doença autoimune em que o corpo produz anticorpos contra as células do pâncreas que produzem insulina. Na falta desse hormônio, que é o responsável pelo metabolismo do açúcar, instala-se um processo que leva à elevação da glicose no sangue, podendo levar a sérias complicações, inclusive a morte, se não tratado de forma adequada. Por seu turno, o aumento de casos de Diabetes Tipo 2 na infância e na adolescência é decorrência da epidemia mundial de obesidade, da falta de atividade física e do ambiente de estresse do qual cada vez mais somos vítimas.

Novos hábitos infantis, como alimentar-se indevidamente, não brincar como se fazia anteriormente e passar muitas horas em frente à TV, videogame e computador tornam as crianças e adolescentes mais vulneráveis para adquirir o Tipo 2. Ou seja, as rápidas e drásticas mudanças na dieta da população, o baixo nível de atividade física e o aumento do peso corporal vêm contribuindo para o aumento da incidência da doença. Até 1990, menos de 5% dos casos de diabetes diagnosticados na população abaixo de 20 anos era do Tipo 2. Atualmente, esses valores atingem 20% a 45%.

Em função dos fatores determinantes da enfermidade, cada um dos tipos de Diabetes apresenta um tratamento específico. Enquanto no Tipo 1 a reposição de insulina é obrigatória e aliada à orientação dietética, no Tipo 2, mudanças no estilo de vida e uso de medicamentos podem controlar a doença, evitando as complicações crônicas, que determinam um imenso impacto econômico, com grande ônus ao sistema de saúde, à sociedade e, principalmente, ao indivíduo.

João Modesto Filho

João Modesto Filho

CRM-PB: 973

Especialidade: Endocrinologista e médico nuclear

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