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Pílula anticoncepcional completa 50 anos

Publicada em 16/05/2010 às 00h

Em maio de 1960, um comitê assessor do FDA americano recomendou a aprovação da pílula anticoncepcional. Desde então, mudou radicalmente o acesso das mulheres à educação, ao emprego e à possibilidade de decidir o número de filhos que desejasse.

Possivelmente, na história da humanidade, nenhum medicamento teve tanto impacto de ordem social, política e médica. Para se ter uma ideia, a proporção de mulheres que se dedicou à carreira médica aumentou de 10% para 50%. Mas, havia opiniões contrárias, como alguns conservadores religiosos que a consideravam um atentado contra a vida humana, e farmacêuticos que se negavam a despachar receitas de pílulas anticoncepcionais e anticonceptivos emergenciais, porque isso violava suas crenças morais ou religiosas.

Todavia, as pílulas de primeira geração apresentavam efeitos secundários, alguns bastante graves. ÃEUR medida que surgiram novas gerações de pílulas, o pânico inicial por conta dos riscos diminuiu bastante, embora possam aumentar casos de acidente vascular cerebral em certas mulheres, principalmente quando têm mais de 35 anos e são fumantes, hipertensas ou possuam colesterol elevado. Uma coisa é certa: o tamanho da família diminuiu quase a metade, um número recorde de mulheres ingressou no mercado de trabalho e muitas obtêm titulação acadêmica.

Relatos americanos conhecidos há cerca de um mês mostram que quase seis em dez adultos com diploma superior, entre 25 e 29 anos, são do sexo feminino. Enfim, com o advento da pílula mudou por completo a capacidade das mulheres de controlar o seu próprio destino, ou seja, o mundo realmente mudou."
João Modesto Filho

João Modesto Filho

CRM-PB: 973

Especialidade: Endocrinologista e médico nuclear

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