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Cirrose hepática

Publicada em 29/03/2009 às 00h

A cirrose hepática é uma condição crônica que resulta da injúria contínua ao fígado, por um ou vários fatores agressores. O tecido hepático restaura-se, mas com a persistência da agressão o dano pode tornar-se irreversível, resultando na perda das funções desse órgão, que são múltiplas e fundamentais para o organismo humano.

Antes se pensava que isso só ocorria pelo consumo excessivo e contumaz de bebidas alcoólicas, mas hoje sabe-se que vários fatores são causas da cirrose. Destaca-se em todo mundo a hepatite C crônica, doença silenciosa diagnosticada muitas vezes tardiamente, quando o fígado já é cirrótico. Além disso, a hepatite B crônica também pode evoluir para a cirrose. Outras causas incluem as hepatites autoimunes, colestases, doenças de depósito (ferro e cobre), hepatites medicamentosas, deficiências enzimáticas, doenças genéticas. A esteatose (gordura no fígado) pode, a longo prazo, evoluir para esteatohepatite crônica e cirrose.

O diagnóstico de cirrose exige avaliação clínica, exames de sangue, ultrassom, à s vezes biopsia hepática, e até endoscopia digestiva, esta para ver se há varizes de esôfago. Definir o estágio da doença é fundamental, pois o tratamento na fase inicial é diferente da mais avançada, que se associa à insuficiência hepática e/ou ao câncer de fígado. Pela relevância da hepatite C crônica como causa de cirrose, é importante a testagem diagnóstica. Contra a hepatite B há uma vacina disponível e eficaz.

É importante salientar que, frente ao diagnóstico de cirrose ou mesmo de doença que seja causa potencial de cirrose, o paciente necessita de acompanhamento clínico para que se estabeleçam estratégias que evitem ou adiem a evolução desfavorável.
Maria de Fátima Duques

Maria de Fátima Duques

CRM-PB: 2638

Especialidade: Gastroenterologista

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