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Entendendo os diversos tipos de hepatite II

Publicada em 07/01/2007 às 00h

As hepatites virais, abordadas na coluna anterior, têm grande importância, sobretudo as formas crônicas, pois a cirrose hepática pelo vírus da hepatite C é, atualmente, a principal causa de transplante de fígado em adultos, sendo o vírus B também causador de cirrose e câncer de fígado (hepatocarcinoma). Há várias outras causas de inflamação hepática (hepatite) não relacionadas aos vírus.

A doença hepática alcoólica é provocada pelo consumo excessivo do etanol. Seus efeitos tóxicos dependem da quantidade e tempo de ingestão. Pode ocorrer hepatite aguda, hepatite crônica, cirrose hepática. A esteatose (depósito de gordura nas células hepáticas) e a esteatohepatite fazem parte do espectro da doença hepática provocada pelo álcool. A cirrose alcoólica também pode evoluir para o câncer de fígado.

A doença hepática gordurosa não alcoólica tem causas metabólicas e engloba a esteatose (não alcoólica), a esteatohepatite, que pode também progredir para a cirrose hepática.

A hepatite medicamentosa ou tóxica deve-se a agentes agressores (alguns medicamentos, substâncias tóxicas, drogas ilícitas e até ervas medicinais). Compreende desde mínimas alterações nas enzimas hepáticas (ALT, AST, GGT, FA), até insuficiência ou falência hepática aguda, que pode necessitar de transplante hepático. Embora a hepatite tóxica se deva à s vezes a reações alérgicas individuais, indivíduos com alguma condição hepática anormal devem ser avaliados antes de usarem certos medicamentos.

A hepatite auto-imune é uma inflamação de causa incerta (presume-se que a causa seja auto-imune), tem várias manifestações, acomete mais as mulheres e freqUentemente se torna crônica. ÃEURs vezes, é de difícil diagnóstico e associa-se a outras condições que alteram a imunidade.

Observa-se, pois, a complexidade do termo hepatite. Em muitas dessas condições não há aqueles sintomas classicamente associados a hepatite (icterícia, urina escura, etc), necessitando de avaliações clínico-laboratoriais mais apuradas ou até mesmo de biópsia hepática para o diagnóstico e tratamento corretos, seja com o objetivo de cura, ou de impedir a progressão para formas mais graves.
Maria de Fátima Duques

Maria de Fátima Duques

CRM-PB: 2638

Especialidade: Gastroenterologista

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