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Gripe aviária

Publicada em 27/11/2005 às 00h

Palavras textuais do diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Lee Jong Wook: "É certo que a gripe aviária se tornará uma pandemia humana, é uma questão de tempo". Tempo do vírus H5N1 sofrer várias mutações e se tornar capaz de transmitir pessoa a pessoa. No início, apenas as aves contraíam a gripe. Nos contatos diversos do vírus com humanos, principalmente criadores de frango, ocorreram replicações sucessivas e ele tornou-se apto a desenvolver a doença também nas pessoas.

Boletins epidemiológicos mais atualizados falam de 64 casos notificados com 36 óbitos, apontando para um índice de letalidade que ultrapassa 50%; muito parecido, aliás, com a agressividade do seu parente mais próximo - o H1N1, responsável pela gripe espanhola que, em 1918, provocou estragos sem precedentes na população mundial com mais de 20 milhões de mortes. Só no Brasil mais de 100 mil pessoas morreram vítimas da doença.

A expectativa é de que, estabelecida a transmissibilidade pessoa a pessoa, o H5N1 deve provocar a morte de 5 milhões a 150 milhões de pessoas em todo o mundo. Números que a princípio podem parecer alarmistas, mas a previsão é do insuspeito coordenador dos projetos de combate à gripe aviária da OMS, Dr. David Nabarro.

Não se pode, no entanto, deixar de raciocinar que o desenvolvimento de vacinas - a China já está produzindo -, a disponibilidade de medicamentos antivirais e o avanço nas ações de vigilância epidemiológica e sanitária possam intervir na previsibilidade daquela estatística.

No homem, os sintomas da gripe aviária tosse, dor muscular, dor de garganta, febre alta e persistente - se confundem com os da gripe comum. Na ave frango, papagaio, peru, passarinho etc. , o sintoma mais visível é a queda das penas, sempre associada à falta de apetite e à perda de peso acentuada.

Não custa nada ficar atento.
Sebastião de Oliveira Costa

Sebastião de Oliveira Costa

CRM-PB: 1630

Especialidade: Pneumologia e Alergologia

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